O potiguar reclama que paga muito imposto e não tem o retorno nos serviços, sobretudo, em setores chave, como saúde, segurança e educação. Do outro lado, o Governo reclama da arrecadação de impostos, que é abaixo do esperado e impede que o Estado saia da crise. Quem está errado? Ao que parece, o Governo. Afinal, segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a arrecadação estadual de impostos só aumenta. Alias, já são mais de R$ 1 bilhão arrecadados em menos de quatro meses de 2014.
A informação foi divulgada hoje, pelo Sindicato dos Auditores Fiscais do RN (Sindifern). A categoria finalizou na semana passada o estudo sobre a situação econômica do Estado, analisando: receitas e despesas; as principais fontes de recursos e variações nos últimos três anos. A análise é baseada em dados do Estudo de Desempenho Econômico do Estado, com base na arrecadação e PIB, feito pelo Dieese.
“Quanto aos resultados da administração tributária do RN, numa análise comparativa do 1º Trimestre 2014 x 2013 dos impostos geridos pela Secretaria Estadual de Tributação (SET) em relação à Receita Corrente do RN, por exemplo, verificou-se que entre janeiro e abril deste ano a arrecadação dos impostos locais estaduais (geridos pela SET) cresceu 12,1% em relação ao ano passado. Chegamos a R$ 1.089.166.800 contra R$ 971.520.767 em 2013. Ou seja, o crescimento nominal foi de R$ 117.646.033″, adiantou Pedro Lopes, auditor fiscal presidente do Sindifern.
Com esses números, é possível dizer que, só de imposto, o Governo do Estado arrecadou R$ 272,2 milhões por mês, o que significa R$ 9 milhões por dia ou R$ 378 mil por hora, se preferir. Mesmo assim, a situação de crise no Rio Grande do Norte se manteve, inclusive, com o Executivo cortando parte do duodécimo previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA) para os demais poderes. Fato que, até, já resultou numa ação civil pública pedindo o afastamento da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e, agora, um pedido de impeachment apresentado pelo Movimento Contra a Corrupção (Marcco) na Assembleia Legislativa.