A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) fez, em Plenário,  uma defesa apaixonada da necessidade de se respeitar as instituições democráticas do país, em resposta às manifestações de alguns setores da sociedade que pedem o impeachment ou a renúncia da presidenta Dilma. Ela citou editorial do jornal The New York Times desta segunda-feira, que afirma que “derrubar Dilma sem evidências concretas de corrupção causaria sérios danos à democracia, que vem ganhando força nos últimos 30 anos”.
Para o jornal, não há nada que justifique o impeachment da presidente democraticamente eleita, assim como também “não há nada que sugira que nenhum dos líderes políticos que querem lhe tomar o lugar faria melhor do que ela em termos de política econômica”. Nesse sentido, Fátima lembrou que os aumentos de inflação que ocorreram recentemente não estão nem próximos dos 12,5% registrados no final do governo FHC.
A senadora destacou que, na política, enfrentamentos são necessários, mas dentro de pressupostos de diálogo, argumentação fundamentada de interesses claros. “Na vontade cega de voltar ao poder, alguns acabam por propor absurdos que colocam em risco não apenas o mandato da presidenta eleita, mas a democracia brasileira e suas instituições”, ressaltou Fátima.
A senadora lembrou que nosso regime pressupõe o respeito à vontade da maioria, que foi manifestada em outubro do ano passado e, portanto, os que discordam do governo devem demonstrar suas insatisfações de maneira fundamentada, sem rompantes de violência ou quebra da ordem democrática.
Apesar de reconhecer que a economia passa por um momento delicado, Fátima ressaltou que os efeitos da crise não serão tão fortes devido às medidas protetivas dos direitos empreendidas nos últimos 12 anos.  “As políticas que empreendemos na última década são sólidas, e é por isso que não enfrentamos o desemprego de 30%, por exemplo, que é realidade na Espanha há pelo menos três anos”, enfatizou.