domingo, 7 de junho de 2015

ISSO A GLOBO NÃO MOSTRA: “Ronaldo Caiado e José Agripino Maia receberam dinheiro de Cachoeira”

O ex-senador Demóstenes Torres acusou o líder do DEM no senado, Ronaldo Caiado (GO), de ter recebido dinheiro do esquema montado pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira nas campanhas eleitorais de 2002, 2006 e 2010. A acusação foi publicada no jornal Diário da Manhã, de Goiânia.
Demóstenes teve seu mandato cassado em 2012 acusado de ser beneficiário do esquema de desvios de recursos e de exploração de jogos ilegais montado por Carlinhos Cachoeira e descoberto pela Polícia Federal no âmbito da Operação Monte Carlo. O ex-parlamentar disse que seria “fácil” provar o rastro do dinheiro obtido por Caiado por meio da rede de Cachoeira.
“Ronaldo, fazia sim, parte da rede de amigos de Carlos Cachoeira, era, inclusive, médico de seu filho. Mas não era só de amizade que se nutria Ronaldo Caiado, peguem as contas de seus gastos gráficos, aéreos e de pessoal, notadamente nas campanhas de 2002, 2006 e 2010, que qualquer um verá as impressões digitais do anjo caído. Siga o dinheiro”, disse Demóstenes.
“Caiado não ousou me defender, me traiu, mas, em relação a Agripino Maia, figura pouquíssimo republicana, disse que ele merece o benefício da dúvida. Poucos sabem, mas o político potiguar e seus companheiros de chapa em 2010 foram beneficiados pelo ‘esquema goiano’, com intermediação de Ronaldo Caiado”, complementou Demóstenes.
Em nota oficial, o líder do DEM classificou Demóstenes como um “psicopata” e um “bandido”. “Cassado pelos seus pares, em seus momentos de alucinação, por não suportar a sua derrocada política e moral, ele tenta lançar mentiras contra mim. Pela fama que tem de montar dossiês, de perseguir e ameaçar as pessoas, até como fonte de manutenção de seus gastos faraônicos, acha que esse expediente vai funcionar comigo. Nessa moita que Demóstenes está escondido, não tem nenhum leão, apenas ratos”, disse Caiado.
Propina
Essa é a segunda acusação que o senador José Agrino Maia recebeu somente nesse ano de 2015. Em abril, um grupo de seis promotores de Justiça do Ministério Público do Rio Grande do Norte, investigando um forte esquema que prentendia dominar o serviço de inspeção veicular no estado por 20 anos. O grupo, formado por empresários e políticos e foi investigado na “Operação Sinal Fechado”, e pretendia faturar R$ 1 bilhão com o negócio.
Agripino Maia foi citado na delação premiada do empresário George Olímpio do Rio Grande do Norte na qual é acusado de ter cobrado propina de R$ 1 milhão para permitir que esse esquema de corrupção no serviço de inspeção veicular do Estado fosse mantido. De  acordo com o promotores que investigam caso, o empresário mudou de ideia em 2014, quando, sentindo-se abandonado pelos amigos, procurou o Ministério Público para sugerir a colaboração com a Justiça em troca de benefícios.
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu abrir um inquérito contra o senador José Agripino após pedido encaminhado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O caso chegou ao Supremo no mês de março deste ano e a decisão de abertura de inquérito foi tomada pela relatora do caso, ministra Cármen Lúcia. O processo tramita na Corte em segredo de Justiça.
Aos promotores, Olímpio afirmou que participavam do esquema, além de Agripino, a ex-governadora e atual vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria (PSB); o filho dela, Lauro Maia; o presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira (PMDB); e o ex-governador Iberê Ferreira (PSB).