quarta-feira, 29 de maio de 2013

FOLHA: Senado barra medida provisória de Dilma que reduz tarifa de energia

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), recusou-se nesta terça-feira a colocar em votação a medida provisória que trata da redução das tarifas de energia no país.
Com isso, crescem as chances de que a MP perca a validade na segunda, prazo máximo para que ela seja aprovada pelo Congresso.
Ao se recusar a analisar a medida, Renan disse que não recuaria do compromisso público que fez com os colegas de não mais votar MPs a toque de caixa.
A medida é uma das vitrines da campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição e só foi aprovada pela Câmara hoje, quase no prazo final de sua tramitação no Congresso, o que reduziu o tempo de análise no Senado.
Com a decisão de Renan, que é do principal partido aliado a Dilma no Congresso, o governo tentará nesta quarta-feira (29) saídas para manter o desconto nas contas de energia.
O PT entrará com um recurso na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) contra a decisão de Renan, ao mesmo tempo que tentará convencer o peemedebista a recuar.
Caso isso não dê certo, a intenção do governo é incluir os principais pontos da medida em outra MP que esteja tramitando no Congresso ou encaminhar outro projeto de lei, em regime de urgência.
Mais cedo a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) afirmou "lamentar muito" a recusa do Senado, mas afirmou que o governo tem opções.
"O governo quer deixar claro que não corre risco a redução de tarifa de energia. O povo não precisa se preocupar", disse Gleisi antes da discussão no Senado terminar.
"O governo tem seus mecanismos para garantir essa redução da tarifa", afirmou a ministra.
PRAZO
A votação da MP até segunda ainda depende da vontade política de Renan. No caso da MP dos Portos, por exemplo, o texto foi aprovado no mesmo dia em que foi lido no Senado. "Se houver consenso apreciaremos a MP, se não houver consenso a decisão [de não votá-la] não será revogada", disse Renan.
O problema para o governo é que não há consenso já que PSDB, DEM e PSOL, apesar de concordarem com o mérito da medida, são contra votá-la em um prazo tão curto.
Ao longo do dia, emissários do Planalto tentaram convencer Renan.
A interlocutores, o peemedebista criticou a falta de articulação política do governo, que deixou em suas mãos a decisão sobre a análise da MP. Renan disse a governistas que, daqui para frente, o Senado vai manter a promessa de deixar caducarem MPs que não cumprirem o período de sete dias entre a chegada da Câmara e o seu prazo final de tramitação.
"A questão não é política, é matemática. Sete dias são sete dias", afirmou Renan, para quem "o governo não pode apequenar o Senado".

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