“Só existe uma possibilidade de me derrotarem: trabalhar mais do que eu. Se ficar um vagabundo numa sala com ar condicionado falando mal de mim, vai perder”, discursou sem dar nomes.
Uma chuva de meteoros chamada de Geminídeas foi registrada na madrugada desta sexta-feira em diversos locais dos hemisférios norte e sul do planeta. No Brasil, o fenômeno pôde ser observado em cidades interioranas e localizadas no litoral, como em Natal, no Rio Grande do Norte.
De acordo com Marcelo Bruckmann, técnico de laboratório do Observatório Astronômico da PUC-RS, as chuvas de meteoros são bastante comuns, mas têm seu ápice em alguns meses do ano, como em novembro e dezembro, como ocorreu na madrugada desta sexta.
“A observação não requer uma necessidade de telescópio. Na observação visual, a posição quase privilegiada é horizontal e você tem que estar afastado da proximidade de um centro urbano, principalmente por causa da poluição luminosa, que faz com que o céu fique claro”, explicou o especialista.
Bruckmann disse ainda que apesar de possivelmente mais fraca ainda será possível observar o fenômeno na noite desta sexta. “No geral as chuvas têm um período de incidência e têm o dia da máxima intensidade. De ontem (quinta-feira) para hoje (sexta-feira), por exemplo. Nos dias subsequentes o decaimento é significativo, mas mesmo assim é possível observá-la”.
Como observar
Por volta da 0h, quando a constelação de Gêmeos (que dá nome à chuva de meteoros) ficou visível acima do horizonte (aproximadamente na direção nordeste, em todo o Brasil), já foi possível ver os primeiros flashes. O ideal é tentar ficar na posição horizontal. Ao invés de sentar em uma cadeira, use uma espreguiçadeira, por exemplo, ou deite completamente. Binóculos e telescópios não são necessários. Na verdade, eles nem ajudam devido à dificuldade de prever o local onde o meteoro vai passar, já que diminuem o campo de visão.
O que causa a chuva de meteoros
A maior parte dessas chuvas é causada pelo rastro de um cometa. Quando um desses objetos cruza o Sistema Solar, ele deixa uma grande quantidade de detritos por onde passa. Todo ano, quando a Terra atravessa algum desses rastros, os detritos queimam e brilham ao entrar na atmosfera, ou seja, viram meteoros.
Contudo, nas Geminídeas a coisa não é tão simples. O “culpado” pela chuva é um misterioso objeto chamado de 3200 Phaethon. Quando ele está mais próximo do Sol (periélio), apresenta um aumento de brilho como um cometa. Contudo, a sua órbita é característica de um asteroide. Segundo a Nasa, o debate para saber se ele é um cometa ou asteroide é intenso e atualmente ele é considerado um “cometa extinto” – ou seja, sobrou apenas o “esqueleto” rochoso após seu gelo derreter por causa do calor do Sol.