quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

"Estou sendo usado como bode expiatório para prenderem Lula." Diz deputado condenado em 2ª instância

Alvo de mandado de prisão expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira, o deputado João Rodrigues (PSD-SC) afirmou que, ao determinar sua prisão com base na interpretação de que a pena deve ser cumprida após sentença de segunda instância, a corte quer se blindar em relação ao caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva:
— Estão me usando de bode expiatório para prender o Lula.
O parlamentar garantiu que “fará o que for decidido pela Justiça”, mas disse confiar que os ministros irão rever a decisão ao analisar embargos apresentados pela defesa.
Questionado se vai se entregar à Polícia Federal, o deputado afirmou que está conversando com os advogados:
— Aguardarei o advogado, mas farei, sim, se preciso. Não sou bandido.
O deputado afirmou que está no interior de Santa Catarina, mas não quis informar o nome da cidade. Ele disse que mantém conversas com o advogado para saber que atitude tomar a partir de agora.
— No momento certo irei a Brasília, farei o que for decidido pela Justiça — disse o parlamentar.
Rodrigues foi condenado a cinco anos e três meses de prisão por fraude em licitação por ter autorizado a compra, de forma irregular, de uma retroescavadeira no valor de R$ 40 mil quando ocupou o posto de prefeito interino de Pinhalzinho (SC) por 30 dias em 1999.
Na última terça-feira, a primeira Turma do Supremo rejeitou o recurso apresentado e determinou a execução da pena aplicada pelo Tribunal Federal Regional da 4ª Região (TRF-4). Nesta quarta-feira, expediu o mandado de prisão.
O deputado contesta a condenação, afirma que o então prefeito titular assumiu a responsabilidade pelo ato denunciado e diz que o Supremo mudou interpretações sobre prescrição ao julgá-lo.

O Globo

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