quinta-feira, 31 de julho de 2025

VERGONHA POTIGUAR: "Deputado Girão exalta Ustra, notório violador dos direitos humanos"


O deputado federal General Girão (PL) usou suas redes sociais, na última terça-feira (29), para prestar homenagem ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, primeiro militar reconhecido oficialmente pela Justiça do Brasil como torturador durante a ditadura que vigorou no país de 1964 a 1985. Ex-comandante do DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna) de São Paulo, um dos mais brutais centros de repressão do regime, Ustra foi responsável por centenas de mortes e desaparecimentos forçados, segundo a Comissão Nacional da Verdade (CNV).


Na publicação, Girão compartilhou um vídeo do vereador Marcelo Ustra (PL), parente do coronel, que exalta o torturador como “herói nacional”. O conteúdo inclui também o infame voto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante o impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 16 de abril de 2016, quando o então deputado federal homenageou Ustra como “o pavor de Dilma Rousseff”. A ex-presidenta foi uma das presas políticas torturadas pelo militar.

“Homenagem em memória do herói do nosso Exército, o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que completaria 93 anos nesta terça-feira (29). Nossa continência”, escreveu o deputado bolsonarista na legenda da publicação.

A homenagem de Girão a Ustra reflete, ainda, uma contradição no discurso dos bolsonaristas, que alardeiam uma inexistente ditadura no país, ao mesmo tempo em que estão sendo julgados pela tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

O próprio General Girão foi condenado, em julho deste ano, ao pagamento de R$ 2 milhões por danos morais coletivos, em ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal, por fomentar manifestações golpistas após o resultado do pleito que culminou com a vitória do presidente Lula.

O parlamentar também é investigado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), em inquérito sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, que apura sua “possível participação nos atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023”, incluindo a “possibilidade de caracterização dos crimes de associação criminosa, incitação ao crime, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado”.

Ao mesmo tempo em que é alvo de investigações por ameaçar a democracia brasileira, Girão enaltece um dos maiores símbolos da repressão violenta promovida pela ditadura militar.

Girão exalta Ustra, notório violador dos direitos humanos, enquanto tenta, assim como os demais bolsonaristas, se colocar como vítima de uma suposta perseguição política e clama por anistia para os envolvidos no ataque às instituições democráticas.

FONTE: opotiguar.com.br



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