quarta-feira, 29 de abril de 2020

Com PF na mão, Bolsonaro cumpre a profecia de Romero Jucá: “estancar a sangria”

Muito se tem especulado sobre a decisão do presidente Bolsonaro de trocar o comando da PF (Polícia Federal), tensionando ainda mais a relação com o ministro Sergio Moro, e empurrando-o para a demissão.
A tese mais recorrente é que a motivação principal foram as investigações conduzidas pela PF que estavam já muito próximas dos seus filhos e de seus aliados mais chegados.
Não descarto a importância desse fato, típico de máfias conduzidas por aquilo que Banfield classificou nos anos 50 do século passado como familismo amoral. Entretanto, as movimentações políticas das últimas semanas deixam uma pista importante para o empurrão final nessa decisão e, me parecem, decisivas para a ruptura definitiva de Bolsonaro com Moro: a cabeça de Moro foi usada como importante moeda de troca com o chamado Centrão no Congresso Nacional.
Sem essa variável, me parece que a compreensão da decisão de Bolsonaro fica falha, e, principalmente, a projeção de seu futuro à frente da presidência prejudicada. O tal Centrão nada mais é do que aquele conjunto de partidos que funcionam no Congresso Nacional com base no fisiologismo clássico. Já deram sustentação política para governos com agendas absolutamente distintas, de Sarney a Dilma.
A motivação central desses partidos e suas lideranças feudais não gira em torno de uma determinada agenda de políticas públicas, mas o atendimento imediato de seus interesses facciosos. Para isso, há duas tarefas imediatas que esses partidos precisam cumprir.
Uol 

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