sexta-feira, 14 de abril de 2017

ODEBRECHT: "Foram 800 mil para o "santo" da Paraíba"

Em depoimento a procuradores da Operação Lava Jato, o presidente da Odebrecht Ambiental, Fernando Reis, disse que pagou R$ 800 mil ao vice-presidente do Senado, Cassio Cunha Lima (PSDB-PB), durante a campanha derrotada do parlamentar ao governo da Paraíba. Segundo o executivo, o senador tomou a iniciativa de chamar o diretor da companhia Alexandre Barradas ao seu gabinete no Congresso e pediu o dinheiro pelo caixa 2 para a campanha, em troca de privatizar o sistema de água do Estado caso fosse eleito com licitação direcionada para favorecer o grupo empresarial.
As informações fazem parte do conjunto de depoimentos dos executivos da empreiteira disponibilizados pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, relator da Operação Lava Jato no STF. Reis lembrou no depoimento gravado em vídeo que o contato do senador foi feito com o diretor Eduardo Barbosa que ficou encarregado da negociação.
Cunha Lima está sendo investigado pelos crimes de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito. O ministro Edson Fachin quer saber o que aconteceu com os R$ 600 mil restantes recebidos pelo então candidato. O senador foi governador da Paraíba de 2002 a 2006. Conseguiu ser reeleito e terminou cassado pela justiça eleitoral em dois processos por compra de voto e abuso de poder econômico. Filho do ex-senador Ronaldo Cunha Lima, Cassio é pai do deputado Pedro Cunha Lima (PSDB-PB) e foi prefeito de Campina Grande e aparece nas listas de propina da Odebrecht como aliado histórico da empreiteira.

Congresso em Foco




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