quarta-feira, 20 de abril de 2022

De férias em Paris Procurador da República é questionado nas ruas: "Dar rolezinho em Paris é legal. E abrir processo, procurador? Vamos lá investigar, procurador? Ou vai continuar engavetando?"


O procurador-geral da República, Augusto Aras, foi interpelado nesta segunda-feira ( 18) na capital francesa Paris enquanto passeava com a família pela cidade, onde passa férias. Um grupo de brasileiros reconheceu o PGR e cobrou investigações sobre as suspeitas de corrupção no Ministério da Educação (MEC) e a compra de 35 mil comprimidos de viagra pelas Forças Armadas, o que é apurado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Um vídeo divulgado pelo portal Metrópoles, e compartilhado nas redes sociais, mostra Aras caminhando de óculos e máscara em Paris quando é questionado por brasileiros.

— Dar rolezinho em Paris é legal. E abrir processo, procurador? Vamos lá investigar, procurador? Ou vai continuar engavetando? — indaga um deles.

Sem resposta ou reação de Aras, o brasileiro insiste, enquanto grava a cena:

— Vamos investigar lá o bolsolão do MEC, pastor fazendo reunião, vamos investigar o Bolsonaro gastando milhões em viagra do Exército. Cadê a investigação, procurador? Aqui em Paris não tem nada para encontrar, não. Pode deixar que a gente procura. Tem que procurar lá em Brasília — afirmou.

Questionada, a PGR disse que Aras “está em férias regulares” e não dará detalhes “por uma questão de segurança”.

Denúncias sobre a atuação de pastores como lobistas do MEC resultaram na exoneração de Milton Ribeiro do comando da pasta. De acordo com as acusações, Gilmar Santos e Arilton Moura atuavam para facilitar o acesso de prefeitos a recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) mediante pagamento de propina.

Em março, Aras pediu autorização ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar Ribeiro. A solicitação foi feita após um áudio do ex-ministro, divulgado pela Folha de S. Paulo, indicar que o governo priorizava prefeituras que negociavam a liberação de verba diretamente com os religiosos, que não tinham cargo no ministério.

O Globo




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