segunda-feira, 30 de maio de 2022

"Dinheiro de prefeitura não é dinheiro público". Diz Sérgio Reis

 


"É dinheiro para o público, não é dinheiro público", afirmou o cantor sertanejo Sérgio Reis em entrevista à Folha, ao se referir à contratação de shows de artistas sertanejos pelas prefeituras.

 

Reis, que foi também deputado federal pelo PRB entre 2015 e 2018, buscou diferenciar esse tipo de pagamento do modelo de captação de dinheiro via Lei Rouanet, que é criticada pelos apoiadores de Bolsonaro. "Uma prefeitura precisa levar lazer para o povo da cidade. Então, meu amigo, se tem uma festa, qual é o problema de ela ter artistas?"

 

"Das prefeituras a gente ganha. Com a prefeitura, é contrato, lógico. Você tem que dar o dossiê da sua empresa, dar nota fiscal, normal", afirmou Reis, acrescentando que ao longo de suas seis décadas de carreira fez uso dessa estratégia. "O prefeito tem que levar alegria para o povo. O que é que há? O prefeito ajuda o comércio local. Uma festa gira dinheiro para o pipoqueiro, o pobre que vende algodão doce, a dona de casa que faz doce caseiro e vende na banquinha na festa", ele disse.

 

A discussão veio à tona na semana passada após um ataque do cantor sertanejo Zé Neto, da dupla com Cristiano, contra Anitta. Ele disse que não dependia da Lei Rouanet e que não precisava fazer uma "tatuagem no 'toba' para mostrar se a gente está bem ou mal", em referência à tatuagem íntima da cantora.

 

O show que Zé Neto fazia na véspera de lançar a ofensa contra Anitta, no entanto, tinha sido pago pela prefeitura de Sorriso, cidade de Mato Grosso a 400 quilômetros de Cuiabá, com o cachê de R$ 400 mil, cerca de 130 vezes o teto do cachê atual permitido pela Rouanet.

 

Na entrevista, Reis também voltou à carga contra a Lei Rouanet. "Eu nunca peguei Lei Rouanet. Nunca pedi. Não tive necessidade. E agora a Lei Rouanet está bem criteriosa, você tem limites. Antes estava uma bandalheira. O cara ia fazer monólogo em teatro, pegava R$ 5 milhões, R$ 6 milhões, R$ 7 milhões? Para quê? É para comprar o teatro ou para fazer o cenário? É sacanagem!", afirmou o artista.


Potiguar Notícia




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