O senador e presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), defendeu em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo o também senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), apontado como beneficiário do esquema de corrupção da Petrobras descoberto pela Operação Lava Jato.
Segundo delação premiada do dono da UTC, Ricardo Pessoa, Nunes recebeu R$ 200 mil fruto de desvios na estatal. Aécio Neves, no entanto, disse que não se pode misturar “apoio legítimo” com “assalto comandado pelo PT”. Nunes foi o candidato a vice na chapa presidencial de Aécio Neves no ano passado.
“Não se pode misturar um apoio legítimo, que um candidato recebeu, declarado na Justiça Eleitoral, com o assalto comandado pelo PT que foi feito na Petrobrás. Essas coisas não se misturam. O Aloysio é um homem de bem e é um dos nomes mais críticos a tudo o que está acontecendo com o País”, disse Aécio, em entrevista ao Estadão.
Além disso, Aécio também voltou a falar do impeachment da presidente Dilma, embora tenha pregado cautela. Ele confirmou que conversará com outros líderes partidários nos próximos dias para discutir o assunto.
“Continuo tendo a cautela de sempre nessa questão, mas é perceptível que o conjunto da obra leva a uma indignação da sociedade brasileira e essa indignação é um dos insumos necessários para que se chegue a esse desfecho. No entanto, vou continuar esperando que as coisas caminhem. Um momento extremamente importante para todo esse processo, até para a nossa definição, será o julgamento do Tribunal de Contas. É inaceitável que a presidente queira continuar transferindo responsabilidades sobre os atos do governo”, disse Aécio.
“Nós vamos conversar no início da semana, com todas as lideranças, para definir, de forma clara, os próximos passos que nós vamos dar. Mas o cerco é cada vez maior. E, como diz aquela expressão erga omnes usada numa operação pela Polícia Federal, mais do que nunca, a lei é para todos. Quem cometeu os delitos, vai ter que responder por ele”, complementou.