Ao menos nove estados brasileiros enfrentam problemas graves na saúde pública. Somados, devem cerca de R$ 3,9 bilhões a fornecedores, entidades filantrópicas que prestam serviços hospitalares e a municípios com os quais têm convênios.
A falta de dinheiro resulta em filas, greves, atrasos de salários, falta de médicos, remédios e equipamentos, além de paralisar obras e até afetar a entrega de refeições a pacientes internados.
O déficit orçamentário da saúde no Rio Grande do Norte soma R$ 88 milhões e a dívida outros R$ 89 milhões. Somadas as cifras chega-se a um buraco financeiro de R$ 177 milhões no setor da saúde estadual.
A penúria financeira no RN se traduz em atraso no pagamento de fornecedores e convênios com municípios, informa levantamento do Globo em secretarias estaduais de saúde, sindicatos médicos e Assembleias Legislativas.
Os governos de Distrito Federal e Amazonas decretaram situação de emergência na Saúde, o que permite a utilização de verbas emergenciais e a contratação de fornecedores sem licitação.
Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Tocantins, e Mato Grosso também tiveram que lidar com atrasos nos pagamentos e ameaças de greves em seus hospitais.
O Rio de Janeiro vive a situação mais grave, segundo especialistas em finanças públicas e entidades médicas ouvidos pelo jornal carioca.
O estado do Rio fechou o ano com um déficit de R$ 19 bilhões no orçamento e, só na área da saúde, tem R$ 2 bilhões em dívidas acumuladas desde 2015 com fornecedores de insumos, laboratórios que vendem remédios ao estado e Santas Casas.
A dívida dificulta a obtenção de crédito para investimentos e a negociação com prestadores de serviço.
Diógenes Dantas
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