Por: Alex Viana
Numa entrevista em que se emocionou ao menos duas vezes, a governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini (DEM), se disse traída pelo senador José Agripino Maia, presidente nacional e estadual do DEM, que vetou sua candidatura à reeleição no último domingo para apoiar o pré-candidato do PMDB ao governo, deputado federal Henrique Alves, e a pré-candidata do PSB ao Senado, Wilma de Faria – arquirrival política de Rosalba. “De certa forma, o DEM está com essa posição me descartando, me dispensando. De certa forma, sim, me sinto traída, porque era um direito que eu tinha e isso não se faz com ninguém”, disse a governadora, em entrevista esta manhã ao jornalista Diógenes Dantas, na FM 96.
Pela primeira vez, Rosalba abordou o processo de “cassação branca” a que foi submetida dentro do próprio partido. Ela disse ter sido lesada em seus direitos mais legítimos pelo diretório do DEM, ficando impedida de ser julgada pelo povo. Pela primeira vez, Rosalba se disse revoltada com sua situação política. “Eu considero que era um direito legítimo. Eu tinha um cargo, um mandato, e é um direito, a Constituição me dá esse direto. Mas, o diretório do partido… Usaram de todas as artimanhas para que eu não fosse candidata. Por que não ter o direito de mostrar ao povo o que fiz? De ser julgada pelo próprio povo? Isso me deixa indignada, revoltada. Mas o tempo é o senhor da razão e vai mostrar muita coisa”, alertou.
As críticas da governadora centraram-se na figura do senador José Agripino, aliado de mais de 50 anos, segundo ela, a quem ela reputou como alguém que “considerava amigo”. “Realmente a situação foi muito constrangedora, traumática, até humilhante”, disse Rosalba, afirmando que lutou para ser candidata. “Lutei até onde pude lutar, não fugi da luta, como nunca fugi na minha vida. Era um direito que eu tinha e fui. Fui ao diretório, fui à convenção. Mas, infelizmente, esse foi o resultado, lastimável, para um partido que tem um nome democrata”, declarou.