Duas pessoas envolvidas em um protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foram intimidadas pela Polícia Militar na noite desta sexta-feira (28) em Caldas Novas (170 km de Goiânia).
Foram escolhidas duas frases, uma criticando a alta do dólar e dos combustíveis e outra questionando o presidente sobre o porquê de Fabrício Queiroz e a mulher dele terem depositado R$ 89 mil na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Diante da mobilização em torno do protesto, dois policiais, um deles identificado apenas como tenente Alexandre, foram ao ateliê onde eram confeccionadas as faixas, no bairro Olegário.
Em seguida, os policiais obrigaram o proprietário do estabelecimento a entrar na viatura e ir até a casa do pintor Salmeron de Oliveira, de 51, que havia confeccionado as faixas.
Com o proprietário do estabelecimento dentro do carro, a polícia ficou parada na porta da casa de Oliveira por mais de uma hora.
“Os policiais ficaram na porta da minha casa com giroflex ligado, tentando intimidar”, afirmou Oliveira.
Os PMs só foram embora depois de pressionar Oliveira a ligar para o organizador do protesto, Andreazza Joseph Gomes, 37.
“O tenente Alexandre me ligou e disse que eu estava cometendo crime contra a honra e afirmou que estava cumprindo ordens da Abin [Agência Brasileira de Inteligência] e da Polícia Federal”, disse Gomes. Segundo ele, a polícia pediu o seu endereço, mas desistiu de ir até o local.
Neste sábado, as faixas foram estendidas pelos manifestantes nas proximidades do aeroporto de Caldas Novas, mas não houve incidentes.
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