Região que historicamente dá mais votos ao PT nas eleições presidenciais, o Nordeste deve seguir com grande influência do “lulismo”, mesmo com a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste sábado (7).
Para o doutor em ciências politicas e professor da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) Adriano Oliveira, o lulismo não só seguirá forte, como a prisão do petista dá um argumento extra para a campanha presidencial de um indicado por ele às eleições de outubro.
“Acredito que Lula solto poderia levar um candidato apoiado ao segundo turno. Ele preso, tenho a hipótese de que o lulismo é reforçado. Ou seja, nesse ponto de vista, é melhor ele preso”, afirma.
A explicação estaria no sentimento popular de perseguição política na condenação, já que outros políticos também denunciados por corrupção estão livres e devem se candidatar –embora haja políticos presos de outros partidos como os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves e o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, todos do MDB.
“A minha hipótese –ainda sem uma pesquisa que mostre isso– é que ele vai ser vitimizado porque o questionamento que vemos das pessoas é: por que só Lula foi preso? Esse argumento está presente em vários grupos qualitativos que pesquisamos do Norte e Nordeste”, diz o professor. “Ou seja, acredito que haverá aqui uma ‘fujimorização’ do processo. Quando Alberto Fujimori [presidente do Peru entre 1990 e 2000] foi preso [em 2007] e orientou o eleitor a partir da cadeia. Não estou comparando as pessoas, pois Fujimori era um ditador. Mas Lula também irá orientar seu eleitor da prisão”, avalia.
Fonte: UOL