
Não há dúvida que o Partido dos Trabalhadores está dividido entre as candidaturas de Iberê Ferreira de Souza e Carlos Eduardo Alves para o Governo do Estado.
O vice-governador e o ex-prefeito de Natal transitam na base de apoio a Lula no Rio Grande do Norte. Iberê é do PSB e Carlos Eduardo lidera o PDT.
O PT não vai abrir mão do apoio dos dois a Dilma Rousseff, candidata do presidente Lula à Presidência da República. Se for o caso, Dilma terá dois palanques – o de Iberê e o de Carlos Eduardo.
O PT só não vai ter duas candidaturas ao governo, como o PMDB potiguar – Henrique apoia Iberê e Garibaldi fechou com Rosalba.
A deputada Fátima Bezerra me dizia ontem que o PT analisa as duas candidaturas da base governista. A tendência é o apoio a Iberê Ferreira por conta da resolução, já aprovada no partido, de aliança preferencial com o PSB de Wilma.
Mas não encerra conversas com Carlos Eduardo Alves, que tem um perfil mais próximo do ideario petista.
Fátima Bezerra não esconde a simpatia pela candidatura legítima de Carlos Eduardo, que a apoiou para prefeita de Natal. Mas há o compromisso com o PSB firmado na fase de pré-campanha.
O melhor para o PT, diz Fátima, seria a união dos dois – Iberê e Carlos Eduardo – ainda no primeiro turno da eleição. Mas os petistas acredtiam que a presença de Carlos Eduardo no pleito pode garantir o segundo turno da eleição para o governo, que tem hoje uma favorita: Rosalba Ciarlini. A senadora do DEM pode ganhar no primeiro turno se o ex-prefeito estiver fora da disputa.
E o PT quer manter o diálogo com Carlos Eduardo. O partido de Fátima acredita que é o único a manter um canal de comunicação com o ex-prefeito.
Resumo da ópera: o PT terá um candidato ao governo – Iberê ou Carlos Eduardo – e dois palanques para Dilma caso os dois políticos não se entendam e toquem seus projetos separadamente.
O PT acredita que tudo se ajeita num eventual segundo turno.
Por Diógenes Dantas