Presidente da Frente Parlamentar em Defesa das Universidades e dos Institutos Federais, o deputado estadual Francisco do PT promoveu, nesta quarta-feira (09), uma assembleia via remota para debater a “Intervenção na UFERSA/IFRN e ameaça de cortes no orçamento para 2021”.
De acordo com Francisco do PT, que também preside a Comissão de Educação no âmbito da Assembleia Legislativa do RN, a reunião teve como objetivo “discutir as medidas tomadas pelo Governo Federal, tanto no que diz respeitos às intervenções em algumas universidades e institutos federais, como também em relação aos sucessivos cortes de recursos na área da educação” explicou.
Francisco do PT chamou atenção para os ataques do governo Bolsonaro na educação superior e técnica do RN, onde os reitores eleitos da UFERSA e IFRN foram impedidos de assumirem os seus cargos legitimamente conquistados. “A vontade das comunidades acadêmicas não estão sendo respeitadas. É um total desrespeito a autonomia das instituições. Com esses gestos o Governo Federal demonstra que não tem compromisso com a vontade dos estudantes, servidores e professores. Estamos lamentavelmente vivenciando tempos diferentes no nosso país”, pontuou.
A deputada federal Natália Bonavides (PT-RN) fez críticas a postura do Governo Federal com a educação. “As instituições vem sendo duramente atacadas desde o golpe contra a presidenta Dilma. Esses ataques buscam desmontar o legado (dos governos do PT) que permitiu que os filhos e filhas da classe trabalhadora, do campo e da cidade, tivessem acesso à educação de qualidade e mudassem a vida da sua família”.
Parlamentar que integra a Bancada da Educação na Câmara dos Deputados falou ainda: “desde que Bolsonaro assumiu a presidência as universidades têm sido tratadas como inimigas, os estudantes e professores têm sido tratados como inimigos. Os cortes no orçamento são uma das faces do autoritarismo desse desgoverno que usa o orçamento como uma forma de silenciar e de reprimir as vozes que resistem. E esse autoritarismo aqui no estado se reflete através da nomeação ilegal de um interventor no IFRN que sequer disputou a eleição. Já na UFERSA a escolhida pelo presidente foi a que teve menos votos“.
Eleito reitor da UFERSA no dia 15 de junho deste ano, por ampla maioria de votos, o professor Rodrigo Codes não assumiu o cargo, foi preterido pela terceira colocada. “O que ocorreu na UFERSA e em outras dez instituições federais do país foi justamente uma afronta a autonomia universitária, uma afronta a vontade da comunidade universitária. Não podemos naturalizar esse fato”, disse.
Já o reitor eleito do IFRN, José Arnóbio demonstrou preocupação com a tentativa do Governo Federal de aparelhar as instituições “ignorando o processo eleitoral, nomeando reitores para que sirvam aos seus propósitos. Talvez toda essa engenharia tenha a finalidade de colocar à frente das universidades e institutos federais pessoas que dialoguem com esse desmonte no estado brasileiro”.
Por fim, Francisco do PT agradeceu a participação dos presentes e reafirmou todo o seu compromisso de luta em defesa de uma educação pública, gratuita e de qualidade. “Contem sempre comigo”.
Participaram também da reunião o presidente da ADURN, Wellington Duarte, os coordenadores do SINASEF (Nadja Costa), do SINTEST (Kaliane Morais), ATENS-RN (Ângela Lobo), e os representantes da REGIF-RN (Lucas Felipe), DCE-UFRN (Letícia Lisboa), UESP-RN (Matheus Felipe), DCE-UFERSA (Luan Fonseca) e João Ricardo – mandado Isolda Dantas.