domingo, 16 de abril de 2017

VÍDEO: "Se você procura a melhor impressão, vem prá Gráfica vilar"

JOGO MACABRO: "OAB pede cerco ao game Baleia Azul"

A Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais (OAB/MG) defende que a morte do jovem Gabriel Antônio dos Santos Cabral, de 19 anos, encontrado sem vida após ingerir remédios em Pará de Minas, na Região Central do estado, ao que tudo indica por conta do envolvimento do adolescente com o jogo Baleia Azul, seja investigada de forma rigorosa. Apesar de a Polícia Civil adiantar que o caso será investigado pelo artigo 122 do Código Penal, que prevê pena de dois a seis anos de reclusão pelo crime de induzir ou instigar alguém a cometer suicídio, a OAB/MG acredita que outros crimes podem aparecer durante o inquérito, como ameaça ou formação de quadrilha.
O presidente da Comissão de Crimes Eletrônicos da OAB/MG, Luis Felipe Silva Freire, também espera que o trabalho das autoridades motive medidas judiciais para tirar do ar conteúdo produzido no âmbito do jogo, que surgiu na Rússia, mas já chegou no Brasil e tem o objetivo de ordenar pela internet, por meio de grupos em programas como Facebook e WhatsApp, tarefas perigosas aos membros até o desafio final, de tirarem a própria vida.
“Precisamos de uma ação efetiva que identifique esses criminosos. Além do crime de instigar o suicídio, podemos ter uma formação de quadrilha, com pessoas incentivando e gerindo esse tipo de jogo, e também o crime de ameaça. Como exemplo, a pessoa manda você desempenhar uma determinada tarefa e, se você não fizer, um membro da família pode sofrer alguma coisa”, afirma o advogado. Segundo a mãe de Gabriel, Maria de Fátima Santos, de 37 anos, isso pode ter acontecido, pois no enterro do filho inúmeras pessoas disseram a ela que os membros do grupo faziam ameaças, dizendo que só existem duas formas de sair do jogo. Ou se matando ou admitindo a possibilidade de alguém fazer mal ao jogador ou a alguém de sua família.
Robson Pires

NENHUM PIO: "É visível o silêncio das ruas em relação a Lava Jato, diz cientista político"


Professor de Ciência Política da PUC-RJ, Luiz Werneck Vianna avalia que as delações da Odebrecht têm tido repercussão muito maior na imprensa do que nas casas dos brasileiros.
“É visível o silêncio das ruas em relação a tudo isso”, afirma Vianna, que já lecionou na Unicamp e na Universidade Federal de Juiz de Fora e é autor de livros como A judicialização da política e das relações sociais no Brasil(1999) e Democracia e os três poderes no Brasil (2002) .
Para ele, a abertura de investigações contra dezenas de líderes partidários citados pela empreiteira abre espaço para outsiders na política, mas não deve provocar transformações tão radicais em Brasília.
Em entrevista à BBC Brasil, ele afirma que grandes partidos abalados pelas delações – como PT, PSDB e PMDB – deverão passar por uma renovação, mas continuarão relevantes.
BBC



Blog do BG




ODEBRECHT: "Dízimo" ao pastor Everaldo(PSC) em favor de Aécio"

Com intenção de favorecer o então candidato Aécio Neves (PMDB-MG) na campanha presidencial de 2014, Fernando Reis, ex-diretor da Odebrecht Ambiental, afirmou em depoimento à força-tarefa da Operação Lava Jato que pediu ao também candidato a presidente Pastor Everaldo (PSC) que ajudasse o tucano em debate no primeiro turno. A informação foi publicada no jornal O Estado de S. Paulo.
A ideia, conforme delação do ex-diretor da Odebrecht Ambiental, era que o tucano tivesse mais tempo para expor suas ideias para conseguir chegar ao segundo turno. Conforme informações do jornal, Reis disse ainda que uma análise do debate dos presidenciáveis, no primeiro turno, é possível perceber que o Pastor “fez perguntas simples, inócuas, para que o candidato Aécio pudesse ter tempo na televisão”.
De acordo com o delator, o Pastor Everaldo já tinha conhecimento de que não teria chance. Como a Odebrecht já havia contribuído muito para a campanha dele, o delator diz ter feito o pedido. “Como a gente se sentia de alguma forma credor por ter contribuído tanto para a campanha dele, eu sugeri a ele que usasse o tempo do debate sempre pra perguntar ao candidato Aécio”, disse Reis.
O executivo disse ter feito diversos repasses para a campanha do Pastor Everardo, com valor total aproximado em R$ 6 milhões. “Os pagamentos foram feitos a Rogério Vargas, que costumava acompanhar Pastor Everaldo nas reuniões com os executivos da Odebrecht”, diz a reportagem.
Ao jornal, o PSDB disse que “a campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff foi a principal beneficiada com recursos da empresa Odebrecht em 2014. Marcelo Odebrecht informou o pagamento de pelo menos R$ 150 milhões para a campanha da ex-presidente”. Além disso afirmou que “o candidato do PSDB Aécio Neves participou de todos os debates, realizados ao vivo e testemunhados por milhões de brasileiros, respondendo a perguntas de todos os seus adversários na campanha” e que “não tinha informações sobre doações feitas pela Odebrecht a outras campanhas”.
Já o Pastor Everaldo, por meio de sua assessoria, disse que a “campanha do Pastor Everaldo foi bastante modesta, com gastos de R$ 1,4 milhão de reais, e as doações obedeceram a legislação vigente. A campanha deixou dívidas que estão sendo pagas até hoje”.


LAVA-JATO: "Os dez mais da delação"

Uma tabela apresentada ao Ministério Público pelo ex-executivo da Odebrecht Benedicto Barbosa da Silva Junior, mais conhecido como “BJ”, detalha pagamentos que teriam sido feitos via caixa dois a 179 políticos. Entre 2008 e 2014, há registro de R$ 246 milhões em repasses ilegais só da área de infraestrutura da Odebrecht no Brasil.
Entre os nomes citados, se destaca o do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que lidera a lista com quase R$ 62 milhões em caixa dois. O atual governador, Luiz Fernando Pezão, aparece como receptor de R$ 20,3 milhões (veja abaixo os 10 políticos que mais receberam dinheiro, segundo a planilha).
Sérgio Cabral (PMDB), ex-governador do RJ (codinome Proximus): R$ 61,9 milhões
Gilberto Kassab (PSD), ministro de Ciência e Tecnologia (Kibe): R$ 21,2 milhões
Luiz Fernando Pezão (PMDB), governador do RJ (Proximus): R$ 20,3 milhões
Eduardo Paes (PMDB), ex-prefeito do Rio de Janeiro (Nervosinho): R$ 16,1 milhões
Julio Lopes (PP-RJ), deputado federal (Bonitinho): R$ 15,6 milhões
Anthony Garotinho (PR), ex-governador do RJ (Bolinha): R$ 13 milhões
Geraldo Alckmin (PSDB), governador de SP (Belém): R$ 9,6 milhões
Eliseu Padilha (PMDB), ministro da Casa Civil (Primo): R$ 7,2 milhões
Antonio Anastasia (PSDB-MG), senador e ex-governador de MG (Dengo): R$ 5,4 milhões
Lindbergh Farias (PT-RJ), senador (Lindinho): R$ 5,3 milhões


E NO SILÊNCIO DAS PANELAS: "Temer decide manter todos os ministros citados nas delações"

O presidente Michel Temer deixou claro que não vai demitir nenhum dos oito ministros alvos de inquéritos por terem sido citados nas delações da Odebrecht na Lava Jato. A avaliação no Palácio do Planalto é que uma saída em massa prejudicaria ainda mais o governo, num momento em que a ordem é tentar aprovar a agenda de reformas no Congresso.
“Temer decidiu que não vai demitir ninguém”, disse ao Blog um interlocutor do presidente. Há cerca de um mês, Temer chegou a criar uma espécie de “protocolo”, segundo o qual ministro citado em delação só deixará o governo se for denunciado pelo Ministério Público e virar réu na Lava Jato.
Os oito ministros alvos de inquéritos são: Eliseu Padilha (PMDB; Casa Civil); Moreira Franco (PMDB; Secretaria-Geral); Gilberto Kassab (PSD; Ciência, Tecnologia e Comunicações); Bruno de Araújo (PSDB; Cidades); Aloysio Nunes (PSDB; Relações Exteriores); Marcos Pereira (PRB; Indústria e Comércio Exterior); Blairo Maggi (PP; Agricultura); Helder Barbalho (PMDB; Integração).