Contra Rosalba Ciarlini, o peso da desaprovação superior a 70% e das condenações na Justiça Eleitoral. A favor, o fato de ser a única governadora do DEM no País. E é este argumento principalmente que a chefe do Executivo Estadual levará na reunião marcada do partido marcada para esta segunda-feira, com a tentativa de convencer a sigla de que ela ainda deve disputar a reeleição pelo Governo do Estado. E o presidente nacional democrata, José Agripino, ainda será acusado de afundar o partido se não quiser tal candidatura.
Pelo menos, é isso que aponta o site da Revista Época, em texto assinado pelo jornalista Murilo Ramos, mostrando que a disputa interna do DEM no Rio Grande do Norte ganhou o noticiário nacional. “Agripino quer evitar que Rosalba tente a reeleição. Na próxima reunião do DEM, dirá que a popularidade de Rosalba está no subsolo e que ela corre o risco de se tornar inelegível em razão de processos na Justiça Eleitoral”, escreveu o jornalista.
“Rosalba acusará Agripino de afundar o DEM, já que é ela a única governadora do partido. Rosalba dirá que Agripino quer ajudar o candidato do PMDB, Henrique Alves, a derrotá-la nas urnas”, acrescentou Murilo Ramos, ressaltando qual será, em resposta, a estratégia rosalbista.
Ao falar da condição de “guerra”, inclusive, Murilo Ramos relembra a relação próxima dos dois “principais nomes do DEM são seu presidente, senador Agripino Maia, e a governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini, que ele ajudou a eleger. Agora, os dois estão em campos opostos”.
Não foi por acaso que o DEM no Rio Grande do Norte virou notícia nacional. O RN é um dos únicos estados onde o antigo PFL ainda tem certa popularidade e, conforme a própria Rosalba tem sustentado, “apresentado tradicionalmente candidatos em chapas majoritárias”. Tem um governador (o único, ressalta-se) e tinha dois senadores (a própria Rosalba era senadora antes de assumir o Governo).
O presidente nacional da sigla, no entanto, acha que o melhor é Rosalba não ser candidata. Melhor, para a sigla, é apoiar a candidatura de Henrique Alves, do PMDB, um “aliado histórico”, segundo Agripino, mas que recentemente deixou a base aliada do Governo do DEM reclamando que a gestão não dialoga e é centralizadora e fechada.
Mesmo diante dessas críticas ao único governo do partido, Agripino acredita que engolir o orgulho e apoiar o PMDB é melhor do que arriscar numa candidatura de Rosalba e ainda dificultar, consideravelmente, a reeleição dos deputados estaduais e federal da sigla – dentre eles, o parlamentar federal Felipe Maia, filho do senador.
Por meio de uma aliança com o PMDB, o DEM conseguiria uma aliança mais ampla e, consequentemente, elegeria mais facilmente seus parlamentares. Se apoiar Rosalba, reduzirá as possibilidades de coligação a uma composta apenas por DEM e PP, que talvez não conseguisse coeficiente eleitoral para eleger nem mesmo um parlamentar para a Assembleia Legislativa.
Jornal de Hoje