A empresa de fachada usada pela JBS para camuflar recursos na Suíça também aparece nas investigações sobre a transferência de dinheiro ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. No ano passado, áudios divulgados de conversas do ex-executivo levaram à queda do senador Romero Jucá (PMDB-RR), na época, ministro do Planejamento do governo Michel Temer.
A empresa fundada no Panamá, Lunsville International, era controlada pela JBS e, conforme revelou o jornal “O Estado de S. Paulo”, mantinha suas contas no banco Julius Baer como forma de distribuir pagamentos de propinas.
Com base em Zurique, a empresa de fachada usava três contas — em euro, dólar e franco suíço — para fazer as movimentações. Procurado pelo Estado, o nome oferecido pela JBS como o gerente da conta na Suíça, o brasileiro Fernando Marques, não se pronunciou. Entre os documentos apresentados ao Ministério Público, estava um cartão de visitas do gerente de contas.
No caso de Machado, o nome da empresa de fachada também aparece em sua delação premiada. É seu filho, Expedito Machado da Ponte Neto, que explica aos procuradores como seu pai recebia o dinheiro da propina no exterior. Uma das empresas que fazia o depósito era a Lunsville International.
Segundo Expedito Machado, existia uma planilha que ele usava para “prestar contas” a seu pai. Nela, aparecia o nome Lunsville International. Essas transferências teriam ocorrido em 2007 e 2008. O que se busca saber agora é o motivo pelo qual o mesmo nome de empresa aparece tanto no caso da Transpetro como no caso da JBS.
Machado fechou um acordo de delação premiada e indicou que repassou propina a mais de 20 políticos de seis partidos.
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