Por desejo inequívoco da maioria dos brasileiros, encerrou-se hoje um dos períodos mais sombrios da história contemporânea do País.
Pela força incontrastável por voto, livre e soberano, Jair Messias Bolsonaro foi democraticamente retirado do poder.
Em seu lugar, assumirá Luiz Inácio Lula da Silva – eleito Presidente da República pela terceira vez, agora com a missão histórica de reconstruir um país dilacerado pelo ódio, pela guerra fratricida, pela decomposição do tecido social, onde estavam fundados sonhos e conceitos civilizatórios como alteridade, solidariedade e fraternidade.
Não foi uma vitória do PT ou da esquerda. A mais importante eleição desde a redemocratização do país foi definida essencialmente pela união dos democratas. No curso do processo eleitoral, a candidatura de Lula se alargou, ganhou musculatura com adesões à esquerda, ao centro e à direita. No início da campanha, Lula era apenas o candidato do PT; depois, se tornou também da esquerda; mais à frente se transfigurou, no melhor sentido, no candidato dos democratas.