Um pastor evangélico que abusava da fé para manter relações sexuais com as fiéis de sua igreja foi alvo de uma operação desencadeada pela Polícia Civil do Distrito Federal, nas primeiras horas desta quarta-feira (22/5). O religioso, de 41 anos, simulava ter “revelações” sobre um suposto futuro sombrio envolvendo a morte de parentes das vítimas. Para “livrar” as pessoas do destino trágico, as fiéis deveriam receber sexo oral e transar com pastor.
Segundo as investigações da Operação Jeremias 23 — passagem bíblica que faz alusão aos falsos profetas —, conduzidas pela 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia), o pastor pregava em uma igreja evangélica de Samambaia. Com 30 mil seguidores no Instagram, ele usava a influência para abusar sexualmente e financeiramente das frequentadoras do templo.
De acordo com as apurações, o pastor era visto como uma espécie de profeta na comunidade religiosa pela suposta capacidade de ter revelações que se concretizavam. Usando do seu prestígio, ele abordou uma das vítimas, que era fiel da sua igreja e o avisou que teve uma visão onde a sua esposa iria morrer.
Segundo as investigações, para satisfazer seu desejo sexual, o pastor garantiu à vítima que “Deus” teria dado ordem para que ele salvasse a esposa do obreiro da morte. A “revelação” consistia na realização de “sete unções” que teriam o poder de “quebrar a “maldição” e salvar a vida da mulher. Para funcionar, as unções teriam que ser realizadas nas partes íntimas. Com receio das ameaças do religioso, a companheira do fiel acabou cedendo às investidas e manteve relações sexuais com o pastor.
Além de vantagens sexuais, o autor também auferia vantagem financeira dos membros do templo religioso. Para conseguir dinheiro, ele agia da mesma forma, ou seja, ameaçava os fiéis de que um ente querido morreria ou ficaria aleijado e, então, os obrigava a fazer generosas doações para a igreja.
Metrópoles