Circula pelas redes sociais uma relação com nome de políticos, divididos por cargos e partidos, atribuída ao Congresso em Foco como se fosse a nova “lista de Janot”.
Cuidado! Isso não é verdade.
Nem todos eles serão, necessariamente, investigados. Como ainda é mantida sob sigilo a segunda lista de políticos que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, quer investigar, não há confirmação de quantas dessas autoridades terão de responder ao Supremo (caso de parlamentares e ministros) ou ao Superior Tribunal de Justiça (situação dos governadores), como deixava claro a
reportagem que publicamos no último dia 16.
Os nomes que circulam principalmente pelo WhatsApp foram extraídos de uma relação que apontava mais de 300 políticos, com os respectivos valores, em planilhas apreendidas com Benedicto Barbosa Silva Junior, ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura.
Essa lista foi publicada em primeira mão, ainda em março de 2016, pelo Congresso em Foco. Não se sabe se os valores diziam respeito a doações eleitorais (oficiais ou por meio de caixa dois) ou ao pagamento de propina.
A relação foi um dos pontos de partida para a delação dos 77 executivos do grupo que resolveram colaborar com as investigações em troca da redução de uma eventual pena. Mas, ao longo dos mais de 900 depoimentos tomados, outros nomes foram citados e deverão ser alvos de investigações. Por outro lado, outros poderão ser excluídos da mira do STF por falta de indícios de crime.
No último dia 14, Janot entregou ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo,
pedido de abertura de 83 inquéritos contra políticos com foro privilegiado. O procurador-geral solicitou, ainda, a remessa de 211 investigações para outras instâncias da Justiça nos casos que envolvem suspeitos sem a prerrogativa de serem julgados em Brasília, além de sete arquivamentos e outras 19 providências. Caberá a Fachin autorizar ou não as investigações, bem como determinar a quebra de seu sigilo, medidas solicitadas por Janot.