Difícil lembrar a última vez que a Assembleia Legislativa teve uma eleição da mesa diretora para segundo biênio de legislatura sem antecipação. Mas ontem todos os recordes foram batidos.
Num mesmo dia, Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB) foi eleito e reeleito. Foi uma monstruosa demonstração de poder do parlamentar.
Foram 23 votos a favor nos dois pleitos. Ezequiel se deu ao luxo de se abster nos dois casos.
Ezequiel não é parlamentar federal nem tem um capital eleitoral de mais de um milhão de votos. Se optasse por Brasília, seria mais um no meio de 513 deputados federais. Se se elegesse senador seria mais um entre 81 senadores.
Se fosse um governador com mais um milhão de votos, Ezequiel seria vítima da volatilidade eleitoral causada pela máquina de triturar biografias que se tornou a cadeira de governador do Rio Grande do Norte.
Ezequiel formou a maior bancada de deputados estaduais na legislatura passada. Reuniu nada mais nada menos que oito deputados. Cinco deles se reelegeram na coligação mais disputada da corrida a Assembleia Legislativa.
Mais votado em sete de outubro (58.221 votos), Ezequiel contribuiu para que outro mais votado, Benes Leocádio (PTC), se elegesse deputado federal com 125.841 sufrágios.
No dia 31 de dezembro de 2022, Ezequiel acumulará oito anos como presidente da Assembleia e por ele passarão todas as reformas do Governo Fátima Bezerra (PT). Unanimidade entre seus pares, influente junto aos poderes, cortejado e com boa penetração entre todos líderes políticos do Rio Grande do Norte. Assim, o tucano acumula poder que pode lhe levar a voos mais altos como conseguiu Robinson Faria (PSD) no passado.
Se sobreviver às investigações das quais é alvo, Ezequiel Ferreira de Souza ditará, sem dificuldades, os rumos da política potiguar nos próximos quatro anos.
Blog do Barreto