sábado, 8 de março de 2014
GARIBALDE ALVES: " "Se eu fosse candidato ao governo, minha candidata ao Senado seria Fátima Bezerra"
A aliança do PMDB com Wilma de Faria (PSB) é dada como certa pela classe política, mas o ministro Garibaldi Alves Filho (Previdência) externou recentemente outra preferência em Brasília. Na presença de parlamentares da bancada, Garibaldi falou: "Olha, eu não tenho medo de enfrentar Wilma. Eu não serei candidato ao governo porque não quero e a saúde não deixa. Mas se eu fosse candidato ao governo, minha candidata ao Senado seria Fátima Bezerra". A petista estava no grupo que ouviu a declaração de Garibaldi.
O PMDB aguarda apenas os encontros partidários deste mês de março para anunciar o nome do deputado Henrique Eduardo Alves como candidato ao governo. Segundo fontes peemedebistas, Wilma de Faria será confirmada para disputar a única vaga do Senado.
O PMDB espera formar uma coalizão de pelo menos 18 legendas: PMDB, PR, PSB, PSDB, PPS, PS (Solidariedade), PDT, PROS, PV, PMN, PSDC, PEN, PRP, PSL, PHS, PTC, PTN e PTB. Com o bloco de legendas, os peemedebistas acreditam que vão isolar as eventuais candidaturas de Robinson Faria (PSD) e Fátima Bezerra (PT); Rosalba Ciarlini (DEM); e da esquerda radical (PSOL/PSTU).
O anúncio da aliança do PMDB com Wilma deverá ser anunciado em meados de abril. O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, programou novo encontro com a vice-prefeita de Natal para o final deste mês.
Desde o início das conversas do PMDB com os partidos, Garibaldi Filho externou sua simpatia pelo nome de Fátima Bezerra ao Senado. Mas foi vencido pela opinião da maioria das lideranças do partido que deseja o acordo com Wilma de Faria. Henrique Alves é quem mais teme enfrentar Wilma na disputa pelo governo - trauma de duas derrotas para prefeito de Natal: em 1988 contra a própria Wilma; e em 1992 para o "poste" Aldo Tinoco, candidato da então prefeita Wilma de Faria.
A tendência do PMDB em favor de Wilma de Faria para o Senado sepultou qualquer possibilidade de candidatura de Garibaldi Filho ao governo. O ministro confidenciou que não aceitaria concorrer na companhia da vice-prefeita, única política que o derrotou nas urnas (2006).
Nas pesquisas para consumo interno dos partidos, Wilma de Faria lidera a preferência do eleitorado potiguar em qualquer posição da chapa majoritária - governo ou Senado. Segundo uma fonte, ela também bate Garibaldi Filho numa das simulações para o governo.
Diógenes Dantas – Nominuto.com
NAS MÃOS DAS MULHERES A DECISÃO DAS ELEIÇÕES 2014
No Dia da Mulher, comemorado internacionalmente neste sábado, uma realidade está visível para todos: duas mulheres vão definir os rumos da política potiguar nos próximos meses, Wilma de Faria (PSB) e Fátima Bezerra (PT). Com popularidade em alta junto ao eleitorado, as duas podem ser colocadas como as “noivas” do pleito e, não por acaso, estão sendo disputadas de forma acirrada pelos partidos e pré-candidatos para a composição de chapas majoritárias. Os caminhos escolhidos por elas poderão confirmar candidaturas e, até mesmo, vencedores da disputa política que está por vir.
Para quem duvida, a confirmação é simples e pode ser facilmente testada pelas condições políticas que as duas atravessam. Fátima Bezerra, deputada federal mais votada em 2010, vive a expectativa de disputar pela primeira vez o Senado Federal, apoiada por um grande número de potenciais eleitores, graças aos trabalhos feitos no setor da educação, sobretudo, com a conquista de diversos IFRNs para o interior do Estado.
Ainda há dúvida de que Fátima é forte? Pois bem: na última pesquisa de intenção de voto publicada pela Consult, em dezembro de 2013, a ex-governadora e atual vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria, ganharia com boa margem de votos de todos os adversários – incluindo o ministro Garibaldi Filho, o presidente da Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves, o empresário Fernando Bezerra e o vice-governador Robinson. A vitória mais apertada, quase um empate técnico, seria, justamente, se ela disputasse o Senado contra Fátima.
Essa situação, inclusive, pode ser um dos fatores que atrasa a definição sobre o destino da própria Wilma de Faria. Ela aceitaria disputar o Senado contra Fátima, desde que não seja para compor uma chapa contra um candidato “fraco” para o Governo. Porque se isso for acontecer, para Wilma, é melhor disputar o próprio Governo, onde teria mais chances de ganhar.
E se a ex-governadora não se decide, o PMDB – partido que já confirmou que lançará um nome ao Governo, mas não disse quem – não escolhe o candidato. Isso porque, para a sigla, ter o apoio de Wilma de Faria (ou melhor, tirá-la da disputa para o Governo) é fundamental para que o projeto possa ser confirmado. Hoje, o partido de Henrique, Garibaldi e Fernando Bezerra sabe que uma disputa direta contra a ex-governadora significa uma redução das chances de vitória.
Dessa forma, pode-se dizer que está nas mãos de Wilma e Fátima Bezerra a definição do pleito de 2014 – ou, pelo menos, de quem serão os candidatos. Se confirmar o apoio a Robinson e a composição da chapa disputando o Senado, Fátima confirma a candidatura do PSD. Consequentemente, deixa Wilma mais “exigente” com relação a quem ela vai escolher para ficar ao lado dela na disputa deste ano (e se vai escolher alguém para disputar o Governo ou vai ela mesmo para o pleito). Se a ex-governadora for para a disputa pelo Senado, deixa o caminho livre para o PMDB. Se for para o Governo, pode forçar os peemedebistas a lançarem (a contra gosto) o ministro e ex-governador Garibaldi – e pode até fazer Robinson Faria pensar duas vezes antes de concorrer ao Executivo.
Jornal de Hoje
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