No lugar de criticar os comentários feitos por Robinson Faria, candidato ao Governo pelo PSD, Wilma de Faria, candidata ao Senado pelo PSB, deveria responder as acusações feitas pelos, agora, aliados, José Agripino Maia (DEM) e Henrique Eduardo Alves (PMDB), em outros anos. Pelo menos, é isso que afirma o deputado estadual José Dias, que na manhã de hoje saiu em defesa do candidato ao governador e criticou os comentários feitos contra ele. “Wilma tem que falar, porque o povo realmente exige, sobre as acusações feitas contra ela por Agripino e Henrique em 2010 e 2012″, afirmou Dias.
Isso porque, hoje aliados, Wilma, Agripino e Henrique estiveram de lados opostos nas últimas eleições. Agripino era candidato ao Senado contra Wilma em 2010 e, durante a campanha, usou os vários escândalos ocorridos durante o governo do PSB para fazer a adversária perder votos. O mesmo fez Henrique em 2012, quando apoiou o candidato a prefeito pelo PMDB, Hermano Morais, contra a chapa que Wilma integrava como vice-prefeita e que tinha Carlos Eduardo Alves, do PDT, como cabeça.
Em entrevista no início da semana, Robinson afirmou que os ex-governadores que acompanham Henrique, candidato do PMDB ao Governo, fizeram o Estado “andar para trás”. Wilma, prontamente, respondeu, dizendo que Robinson criticava agora, mas havia apoiado ela durante as gestões do PSB. “O fato de Robinson ter sido correligionário dela não pode ser, principalmente por ela, considerado como motivo de danação eterna. Nem crime hediondo tem prisão perpetua no País”, ressaltou José Dias.
O deputado também ressaltou que Robinson, apesar de ter apoiado os governos Wilma de Faria, jamais foi responsável pelo Executivo. “Sou testemunha, como observador da cena política, que Robinson nunca foi tutor de Wilma. Pelo que se sabe, ela sempre foi maior e capaz no exercício da sua vida pública”, afirmou José Dias.
O deputado, no entanto, ressaltou que Wilma é ciente, mas dá esse tipo de declaração como tentativa de humilhar o adversário, o que, segundo ele, faria parte do “marketing de campanha dela”. “Em 2002, Henrique era o candidato do PMDB ao Governo e a propaganda de Wilma era dizer que ele não seria candidato, fugiria, porque para derrotá-lo era só chamar Aldo Tinoco”, lembrou José Dias, fazendo referência ao engenheiro que derrotou o peemedebista na disputa pela Prefeitura de Natal, na década anterior.
“É por tudo isso que acho que temos que levar ao eleitor a realidade atual e levar nossas propostas, não milagrosas, para o futuro, mas sempre fazer um passeio no passado”, ressaltou José Dias.