O jornal O Globo, edição de hoje, traz uma reportagem mostrando que o ex-deputado Henrique Alves reconheceu, em defesa apresentada à Justiça Federal de Brasília, que usou um escritório de advocacia uruguaio para abrir uma conta na Suíça
em 2008. Admitiu também que é formalmente o beneficiário da conta. Mas,
argumentou que, por motivos burocráticos, não conseguiu movimentá-la e
preferiu deixá-la inativa. Assim, alegou que os US$ 832.975,98
depositados na conta — e que segundo a Procuradoria Geral da República
(PGR) era dinheiro de propina — foram movimentados por terceiros, sem
seu conhecimento.
Após ser envolvido em uma série de acusações na Operação Lava-Jato, o então ministro do Turismo, pediu demissão em junho do ano passado.
Os valores — que equivalem a R$ 2.573.895 no câmbio de hoje — foram
depositados em três datas diferentes: 5 de outubro, 18 de novembro e 8
de dezembro de 2011. Segundo a PGR, trata-se de propina paga pela
empreiteira Carioca Engenharia com o objetivo de liberar recursos do
Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
(FI-FGTS), administrado pela Caixa Econômica Federal. O dinheiro
serviria para o financiamento de obras do Porto Maravilha, no Rio de
Janeiro.
“É importante ressaltar que a utilização indevida da citada conta
bancária e os depósitos acima mencionados jamais foram de conhecimento
do acusado”, diz trecho de um documento assinado pelos advogados Marcelo
Leal e Luiz Eduardo Ruas do Monte e que integra uma ação penal na
Justiça Federal de Brasília.