Gostaria de falar sobre dois equívocos cometidos por Aécio Neves em sua última coluna, que, na minha nada humilde opinião, por ser pessoa pública deve assumir publicamente as consequências de seus equívocos.
O primeiro é reduzir as manifestações do último mês de junho à classe média paulistana, pois já há muito tempo os movimentos sociais --que não são de classe média-- se utilizam de ações diretas para manifestar-se e reivindicar o que quer que seja. isso ocorre no mundo todo, não só no Brasil.
O segundo foi a intenção de transformar um discurso intelectual num discurso de partido. Quando a professora Marilena Chauí fala da classe média paulistana --porque ela faz esse recorte sociológico, que obviamente não é citado pelo autor da coluna em questão--, tem o intuito de apresentar as estruturas ideológicas ligadas ao capital. Nesse sentido a classe média é apenas mais um fantoche.
Assim a opinião que ela apresenta não é de um partido, mas de uma reflexão intelectual. A mesma coisa faz FHC, em seu texto que apresenta a mesma intenção, a saber: analisar as estruturas ideológicas ligadas ao capital na pós-modernidade.
Sinto-me ofendido pelo texto de Aécio Neves, visto que ele escreve julgando que os leitores da classe média ou não, não têm possibilidade de raciocinar.
Se a busca é por direitos, inclusive de expressão, me sinto no direito de criticá-lo, pois se ele pode manipular discursos de maneira arbitrária, eu também posso.