Alvo de mandado de prisão expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira, o deputado João Rodrigues (PSD-SC) afirmou que, ao determinar sua prisão com base na interpretação de que a pena deve ser cumprida após sentença de segunda instância, a corte quer se blindar em relação ao caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva:
— Estão me usando de bode expiatório para prender o Lula.
O parlamentar garantiu que “fará o que for decidido pela Justiça”, mas disse confiar que os ministros irão rever a decisão ao analisar embargos apresentados pela defesa.
Questionado se vai se entregar à Polícia Federal, o deputado afirmou que está conversando com os advogados:
— Aguardarei o advogado, mas farei, sim, se preciso. Não sou bandido.
O deputado afirmou que está no interior de Santa Catarina, mas não quis informar o nome da cidade. Ele disse que mantém conversas com o advogado para saber que atitude tomar a partir de agora.
— No momento certo irei a Brasília, farei o que for decidido pela Justiça — disse o parlamentar.
Rodrigues foi condenado a cinco anos e três meses de prisão por fraude em licitação por ter autorizado a compra, de forma irregular, de uma retroescavadeira no valor de R$ 40 mil quando ocupou o posto de prefeito interino de Pinhalzinho (SC) por 30 dias em 1999.
Na última terça-feira, a primeira Turma do Supremo rejeitou o recurso apresentado e determinou a execução da pena aplicada pelo Tribunal Federal Regional da 4ª Região (TRF-4). Nesta quarta-feira, expediu o mandado de prisão.
O deputado contesta a condenação, afirma que o então prefeito titular assumiu a responsabilidade pelo ato denunciado e diz que o Supremo mudou interpretações sobre prescrição ao julgá-lo.
O Globo