Em entrevista concedida à revista “Veja” que está nas bancas neste fim de semana, o empresário Joesley Batista afirmou que o presidente Michel Temer não tinha “cerimônia” para pedir dinheiro e que sempre foi muito direto, definindo valores que precisava. De acordo com o delator, essa era uma postura comum à cúpula da bancada do PMDB na Câmara, que também incluía o ex-presidente da Casa Eduardo Cunha, hoje preso pela Lava Jato.
“Esse Temer que você vê na televisão é falso. O verdadeiro é o que eu gravei. Aquele Temer que fala sem cerimônia”, disparou.
Joesley diz que políticos perderam o pudor ao falar de propina. “Falei com ministro no Ministério. O Guido (Mantega) na Fazenda, o Wagner Rossi e o Toninho Andrade na Agricultura. A Dilma, pô! Falei de propina com a presidente da República”, disse Joesley que afirmou não usar a palavra “propina” nas conversas. “Essa palavra só aprendi agora. Falava ‘ajuda’. ‘Vou dar uma ajuda, um apoio’”, disse.
Quando questionado se com Temer também falava em termos mais amenos, ele negou. “Ele sempre foi muito direto, ele pedia dinheiro mesmo”, diz o delator.