Por Crispiniano Neto
Quando José Agripino assumiu a presidência nacional do DEM, não faltou quem dissesse que aquela seria a prova inconteste da dimensão nacional da liderança do senador potiguar. Neste recanto de página, dissemos que, ao contrário do que se pensava, não era o prestígio de José Agripino que o alçava àquele patamar de presidente nacional de uma sigla que fora, quando Arena, ao menos do dizer do general Golbery do Couto e Silva, “o maior partido político do Ocidente”.
Na verdade, Agripino presidente era a derrocada do DEM, ex-PFL, ex-PDS, ex-Arena, ex-UDN, ex-Partido Conservador e, indo mais longe na linha do tempo, ex-Partido dos Fariseus… O DEM já vinha capengando, é fato. Depois de dois mandatos de vice-presidente com uma figura de expressão nacional da direitona como Marco Maciel, em 2002 perdeu a primazia da vice de Serra para o PMDB que indicou Henrique Eduardo e por motivos por demais conhecidos findou com Rita Camata também do PMDB. Em 2006, o PMDB, dividido, não ofereceu um nome à chapa e a vaga foi preenchida pelo inexpressivo senador pernambucano José Jorge.
Agripino foi cotado e… cortado. Em 2010, na vice de Serra contra Dilma, como nenhum outro partido aliado tinha algum nome ou algum peso, eis que o DEM voltou ao páreo, não sem rusgas. O premiado foi o insignificante deputado federal carioca Índio da Costa, um nome a ser escondido durante todo desenrolar da campanha. Assim, o DEM perdeu mais de 70% da bancada federal, elegeu apenas dois governadores, dos quais um saiu logo da sigla e a outra, Rosalba Ciarlini está aí para mostrar a que veio.
Agripino vem demonstrando na gestão do DEM Nacional a mesma “competência” que lhe fez ser engenheiro de nenhum projeto, herdeiro de fazenda modelo que faliu e foi salva pelos “Sem terra”, governador que quebrou o Bandern e o BDRN e que quando deixou o governo foi saudado como o homem que entregou ao sucessor um “vaso quebrado”. A mesma competência que lhe faz ser o senador mais improdutivo da República com média inferior a um projeto de lei por ano.
Agora, o arrogante José Agripino baixa a crista, arrefece a empáfia, põe o “rabo de palha” entre as pernas e cala a voz anasalada e “mais enjoada que farofa de socó”, porque a sigla, sob a sua batuta, está descendo a um nível inferior à crosta terrestre: Além de perder a ex-prefeita Fafá Rosado para o PMDB, de ter que ficar com um Leonardo que dava “vintxe”, mas com a mulher noutra sigla e fora da prefeitura, não vai dar mais nem dez e de manter a filiação do amigo Betinho Rosado, atada a corrente no tronco do pelourinho da política dos “democratas”.
Como se não bastasse um dos nomes mais promissores da sigla, o ex-prefeito Leonardo Rego perdeu na Justiça os direitos políticos e seu filho, Felipe Maia, que não se sabe o que fez para que a revista Veja, veja seu mandato com um dos melhores do Brasil, rejeitado para ser vice em passado recente na eleição de Micarla e na Bolsa Mercantil de Futuros conchavos, para 2014.
Depois de uma prefeita lançada por ele exibir o maior fracasso em uma prefeitura de capital, sendo a única gestão pior que a de César Maia, seu primo e também “demo”, na Prefeitura do Rio de Janeiro, está aí, remando com o governo Rosalba, também sua apadrinhada política com impensáveis 84% de rejeição.
E assim como fez com Micarla, ele vai tirando o corpo de banda, saindo de fininho. O mais grave, porém, é que se um dia Carlos Augusto resolver abrir a boca sobre o esfriamento das relações, o Rio Grande do Norte vai saber que o “Judas” desta Via sacra, é exatamente José Agripino, o coveiro do DEM.
Não é por acaso que já propus que o PT pague caro a José Agripino para falar mal do governo federal. Pois quanto mais ele critica Dilma e o PT, mais o Brasil ama os dois.