Tem gente que surge, através do sucesso relâmpago de uma música que estoura e, na mesma projeção, desaparece. Foi o caso de Luka, aquela do refrão que ainda hoje ecoa em nossos ouvidos: 'Tô Nem Aí...Tô Nem Aí...'.
Pois é, Luciana Karina Lima invadiu as rádios de todo o Brasil e de vários países do exterior. Apesar de estar no meio musical desde os sete anos de idade, o sucesso assustou a cantora, que até então se apresentava em Porto Alegre com uma banda de pop rock, e alavancou sua carreira, rendendo Disco de Ouro, logo no primeiro CD lançado, intitulado como Porta Aberta.
Em conversa com a reportagem de OFuxico, a cantora conta qual a expectativa para o segundo CD, Sem Resposta; o amadurecimento como pessoa e profissional; suas influências musicais; o sucesso inesperado com o primeiro trabalho; as composições; e sobre sua filha Luisa, de 1 ano.
OFuxico: Com o CD Porta Aberta, você se tornou conhecida do grande público. Qual a expectativa para esse segundo trabalho, Sem Resposta?
Luka: Com o CD Porta Aberta obtive um retorno do público muito acima das minhas expectativas, foi realmente uma virada e tanto na minha vida (em todos os sentidos) e este novo trabalho vem pra somar, solidificar e dar continuidade ao álbum anterior, com composições mais maduras e uma roupagem mais pop rock.
OF: A música Tô Nem Ai foi o grande destaque do primeiro CD. Para o segundo, qual música poderá ter a mesma repercussão?
Luka: Pra mim é uma incógnita! Quando eu conto que a Tô Nem Aí não ia ser a minha primeira música de trabalho, ninguém acredita! Então tenho minhas faixas favoritas no CD como, por exemplo, a Muito Pouco e a Pensando em Nós, mas não tenho como prever o destaque do álbum; depende muito da identificação do público com a canção.
OF: O que você gosta de ouvir nas horas vagas? Quais são suas influências musicais?
Luka: Eu vivo música 24 horas por dia, canto no chuveiro sim!!!! E tenho pesquisado muitas sonoridades diferentes ultimamente... Bom, ouço U2, Coldplay, Sheryl Crow, Bjork pra correr na praia, ouço Arca de Noé, pra nanar a Luísa (filha), tenho ouvido bastante os sambas de Baden, Vinícius e Chico quando vou pra gafieira na Lapa, mas adoro baixar uns vídeos de bandas alternativas ou meio desconhecidas como Skunk Anise, Sigur Rós e Screaming Headless Torsos, de vez em quando... Não sou preconceituosa musicalmente, curto vários estilos e não poderia deixar de citar o DVD da Elis que é uma verdadeira aula de canto!
OF: Você é ligada às novas tendências musicais? E Como isso influencia no final do seu trabalho?
Luka: Sou ligada sim, acho importante estar sempre atualizada, conhecer o novo, sem deixar o que já existe de lado. Valorizo muito a minha bagagem musical e prefiro recorrer a ela na hora de elaborar os arranjos. Acho meio arriscado seguir novas tendências, este trabalho por exemplo traz um pop rock “clean” com poucos elementos eletrônicos e a presença marcante de violões.
OF: Apesar de você ser ligada à música desde criança, seu sucesso veio à tona depois do lançamento do primeiro CD. Isso te surpreendeu ou já era esperado pelos anos de luta na
música que você tem?
Luka: Fiquei muito assustada na época, por que não sabia lidar com toda aquela situação, não sabia como era "ser famosa". Eu cantava na noite de Porto Alegre, tinha uma banda de pop rock e, pra mim, ser cantora era cantar e tocar violão!!! Nunca tinha dado autógrafos, o máximo que eu almejava era gravar um CD com as minhas músicas e poder distribuir pras pessoas mais próximas. O que mais me assustou foi a proporção que a música tomou nacional e internacionalmente. Na Europa, ela tocou em mais de 14 países, foi o hit do verão europeu de 2004!
OF: Você faz muitas composições, qual o melhor momento para se compor uma música?
Luka: Para compor, preciso estar sozinha, é um momento muito intimista, mas independe de hora, dia, lugar... Às vezes vem a letra primeiro, às vezes, fico cantarolando a melodia... É muito o "reflexo do estado de espírito" da pessoa, pelo menos, comigo é assim, me entrego totalmente, exponho tudo o que sinto. Mas é interessante fazer parceria também, tenho duas parcerias neste álbum, uma com Rodrigo Rheinheimer e outra com Clemente, o produtor do meu disco.
OF: Quando começa sua turnê pelo país, com o segundo CD? Terá também turnê internacional?
Luka: Ficamos um mês e meio ensaiando o show novo e vamos pra estrada a partir do dia vinte deste mês. O show está sendo dirigido pelo Paulo Calasans e a banda é Rick de La Torre (bateria), Tássio Ramos (baixo), Fred Nascimento (guitarra) e Cláudio Bezz (violões);
OF: Qual a melhor resposta que você espera do CD Sem Resposta?
Luka: A melhor resposta é a que vem do público! É a reação das pessoas, é a maneira diferente como a mesma música pode tocar duas pessoas, é o carinho do público que não tem preço. Essa, pra mim, é a melhor resposta
OF: Como você define a Luka antes e depois da maternidade?
Luka: A maternidade só me fez bem, só me trouxe coisas boas! Além da Luísa, claro, me trouxe uma serenidade com relação às ansiedades do cotidiano, me trouxe maturidade, responsabilidade e, ao mesmo tempo, me trouxe de volta um pouquinho da "criança" que todos temos dentro de nós! Sou uma mãe super moleca, me acabo na pracinha, ando de balanço junto com ela, rolo no chão, brinco de boneca e acho o máximo ouvir " mamãaaae" as sete da manhã!!! Sou muito mais completa agora, sem sombra de dúvidas!
