O papa Francisco celebrou na manhã deste sábado (29) uma missa no estádio da Aeronáutica no Cairo, Egito, e afirmou aos fiéis cristãos que é melhor não acreditar em Deus do que ser um “falso crente”.
“Para Deus, é melhor não acreditar do que ser um falso crente, um hipócrita. Não adianta encher locais de culto se os nossos corações são vazios do temor a Deus e de sua presença. Não adianta rezar se a nossa oração a Deus não se transforma em amor para os irmãos. Não serve tanta religiosidade se ela não é animada por muita fé e muita caridade. Não adianta cuidar da aparência porque Deus olha a alma e o coração e detesta hipocrisia”, disse aos cerca de 30 mil fiéis que acompanharam a celebração.
Ainda durante a celebração, o Pontífice voltou a criticar os grupos terroristas que usam a fé como justificativa para cometer atentados.
“Deus gosta apenas da fé professada com a vida porque o único extremismo admitido por Deus para quem crê é aquele da caridade.
Qualquer outro extremismo não vem de Deus e não agrada ao Senhor”, ressaltou na cerimônia que uniu católicos e cristãos coptas.
Continuando em sua homilia, Jorge Mario Bergoglio destacou que a “verdadeira fé” é aquela que torna os cristãos “mais caridosos, mais misericordioso, mais honestos e mais humanos”.
“É aquela que nos leva a amar todos gratuitamente, sem distinção e sem preferências, que nos leva a ver no outro não um inimigo a ser combatido, mas um irmão a ser amado, a ser servido e a ajudar. É aquele que nos leva a difundir, a defender e a viver a cultura do encontro, do diálogo e do respeito”, ressaltou.
Após a cerimônia, o Papa seguiu para o almoço na Nunciatura com 15 bispos coptas e católicos e o último compromisso oficial no país será um encontro de orações com o clero, religiosos e seminaristas. De acordo com o cronograma oficial, Bergoglio deixará o Cairo com destino ao Vaticano às 12h (horário de Brasília).
Ontem (28), o líder católico se reuniu com diversas lideranças muçulmanas e coptas em uma extensa agenda de compromissos. Entre os principais pontos abordados por ele, está a condenação do terrorismo religioso. (ANSA)
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