A futura gestão da Secretaria Estadual de Saúde (Sesap) terá pela frente um grave caso clínico para tratamento. A pasta iniciará o ano de 2019 com uma dívida de R$ 500 milhões em restos a pagar, segundo o próximo titular do órgão, o médico Cipriano Maia.
Para reduzir a dívida, ele pretende iniciar a nova gestão atacando focos de desperdício de dinheiro. Um dos primeiros locais de atuação será na área de contratos públicos. “Precisamos racionalizar melhor os recursos. É uma diretriz para o início das nossas atividades, pois não podemos manter contratos que a gente não pode honrar”, disse Cipriano Maia, durante entrevista à radio 96 FM.
A dívida de R$ 500 milhões em débitos da Saúde é uma das respostas obtidas por Cipriano Maia ao longo das atividades da equipe da equipe de transição do futuro governo Fátima Bezerra (PT). “E isso é agravado porque temos, para 2019, um orçamento reduzido em R$ 400 milhões. Tivemos um orçamento votado em R$ 1,9 bilhão, sendo que a maior parte para a folha de pagamento, cerca de R$ 900 milhões”, detalha ele, que é ex-titular da Secretaria de Saúde de Natal, entre os anos de 2013 e 2015.
O futuro secretário também defende a regionalização dos serviços de saúde no Rio Grande do Norte. Cipriano Maia, que também é especialidade em saúde coletiva, argumenta que o poder público estadual terá de fortalecer as unidades hospitalares já existentes por todo o Estado.
“Nós pretendemos fortalecer a regionalização da saúde, que é algo que ainda não teve muita efetividade. Ou seja, não tem sentido que os casos comuns à região de Pau dos Ferros, Seridó ou Oeste, por exemplo, estejam migrando em busca de atendimento em Natal. Temos de melhorar a resolutividade dos hospitais regionais, instituir as policlínicas para o atendimento ambulatorial especializado, para que sejam encaminhados para Natal apenas os casos mais complexos”, reforça.
Sem recursos e precisando racionalizar o orçamento, o futuro secretário de saúde descartou a construção de um hospital público estadual no início da próxima gestão. “Precisamos atualizar nosso parque de assistência hospitalar. É algo dos anos 1970 e 1980. É uma preocupação nossa, mas queremos, antes disso, fortalecer a rede hospitalar regional. Depois disso, não podemos elaborar projetos e buscar recursos. Não podemos pensar em um único hospital, mas na melhoria de toda a rede”, define.
Cipriano Maia argumenta, também, que o papel da Sesap para 2019 não será focado apenas na prestação de serviços. “Queremos, principalmente, de formular políticas e de apoiar os municípios para que consigam alcançar os objetivos sanitários”, finaliza.
Fonte: Agora RN