A insatisfação vivenciada pelo grupo da senadora Fátima Bezerra só pode ser entendido, se as entrelinhas forem levadas em consideração. Os representantes do seu grupo alegaram que entregaram a pasta da Cultura, através de Rodrigo Bico.
Mas esse não é o elemento fundamental. A pergunta que deve ser feita é: das seis secretarias, espaço ímpar do Partido dos Trabalhadores numa administração estadual, Fátima Bezerra só indicou apenas um membro de primeiro escalão? Com sua movimentação e entrega dos cargos, a senadora externou uma repartição desigual que só pode ser resolvida dentro da agremiação.
O descontentamento é, sobretudo, interno. Fátima é a principal liderança do partido no Rio Grande do Norte. No entanto, ficou a mercê da maioria que Mineiro tem na burocracia interna do PT. Do ponto de vista do controle de orçamento o desequilíbrio é ainda mais gritante.
O que acontece, nesse sentido, é o seguinte: Fátima Bezerra avaliza a aliança com o PSD, mas Mineiro e outras correntes menores da agremiação se apossam dos espaços da gestão e a senadora fica só com a Cultura. Além de possíveis queixas, foi o efetivamente evidenciado.