Caro leitor, você já sabe em quem vai votar na eleição deste ano para o Governo do Estado? Se a sua resposta é “não”, você não está sozinho. Faz parte de um grupo que corresponde a quase 84% do eleitorado potiguar. O dado foi apresentado em pesquisa divulgada no fim de semana, elaborada pela Certus em parceria com a Federação da Indústria do RN (Fiern). E faltando pouco mais de seis meses para o dia da votação, o percentual já começa a causar preocupação de estudiosos e a previsão de uma verdadeira enxurrada de votos brancos ou nulos.
Para se ter uma ideia de quão significativo é esse número, considerando o levantamento espontâneo da pesquisa Certus (quando não são ditos os nomes dos pré-candidatos), 61,5% disseram não saber em quem votar e 22,3% disseram não votar. Baseado no número de eleitores potiguares, que é de pouco mais de 2,4 milhões de pessoas, isso significa dizer que mais de 2 milhões de votantes ainda não sabem ou não querem votar.
Se comparado apenas os que disseram “não saber”, o número de eleitores em dúvida seria de, aproximadamente, 1,5 milhão de pessoas. Outros 530 mil “não votariam”. Curiosamente, com base na mesma pesquisa, quando os nomes dos pré-candidatos são apresentados ao eleitor, esse percentual de “não vota” cresce quase 10 pontos percentuais, saindo de 22,3% para mais de 31% – mesmo que dizer que saiu de 530 mil para 745 mil pessoas.
Comparando com os números de 2014, o número é quase igual ao de votos válidos registrados no segundo turno, que foi de 1,6 milhão, tendo 877 mil ido para o atual governador Robinson Faria (PSD), vitorioso naquela disputa eleitoral. Naquela oportunidade, “apenas” 58 mil votaram em branco e outros 245 mil anularam seus “sufrágios”.
“Apenas” porque, com os números que estão sendo divulgados hoje nas pesquisas, a relação de votos anulados poderá ser muito maior no pleito deste ano. “Com esse percentual, é possível estimar um elevado número de alienação política, ou seja, elevado número de votos brancos e nulos”, avaliou o cientista político Daniel Menezes.
Para ele, apesar de ainda faltar seis meses para o dia da votação, essa indecisão e rejeição do eleitor demonstra um dado preocupante que não deveria ser mais sentido neste momento. “Esse dado fica ainda mais significativo e, de certa forma, preocupante porque tem se mantido quase estável pesquisa após pesquisa. Além disso, a pré-campanha de hoje já permite uma divulgação maior dos candidatos. Eles podem promover postagens nas redes sociais e se apresentar como pré-candidatos, por exemplo. Mesmo assim, o número continua grande”, analisou o especialista.
Agora RN