Não é surpresa nenhuma o presidente eleito de extrema-direita, Jair Bolsonaro, declarar em mais um dos seus arroubos, que a “questão ideológica” é “muito mais grave” que a corrupção. Não esqueçamos que o futuro governo, surgido no bojo de uma onda “contra a corrupção”, tem ao menos quatro dos nomes já indicados para compor o seu ministério sob suspeição:
Luiz Henrique Mandetta (Saúde): investigado por suposta fraude em licitação, tráfico de influência e caixa 2, o que ele nega;
Paulo Guedes (Economia): investigado por supostas irregularidades em fundos de pensão, o que ele nega.
Segundo Bolsonaro, somente denúncia “robusta” vai tirar algum ministro do governo quando ele assumir a Presidência da República.
Fato é que pelas palavras proferidas por Jair Bolsonaro num encontro que teve com parlamentares do seu partido, o PSL, em um hotel em Brasília, o seu governo não vai se importar com corrupção. Pelo o que disse e deixou a entender aos colegas de partido, o discurso contra a corrupção foi mais um engodo eleitoral. Para o futuro presidente de extrema-direita, o mais importante é evitar que a esquerda retome o poder, não importando se o seu governo vai ser corrupto ou não. “Se nós errarmos, aquele pessoal volta e nunca mais sai. E quem vai ter que sair seremos nós. E vai faltar toco de bananeira para nós nadarmos até a África ou até os Estados Unidos. Não queremos isso para o nosso Brasil. Muito, mas muito mais grave que a corrupção é a questão ideológica. Vocês sabem muito bem disso”, afirmou.
Blog do Barbosa