A direita institucional brasileira, praticamente destruída com a eleição do ultra-direita Jair Bolsonaro e com a ascensão do igualmente extremista João Doria a maior liderança do PSDB, tenta se reorganizar para formar um novo partido de oposição moderada ao novo governo.
Segundo reportagem dos jornalistas Monica Gugliano, Vandson Lima e Malu Delgado do jornal Valor Econômico, as conversas reúnem até ex-adversários, como o governador de São Paulo, Márcio França (PSB), e o presidente da Fiesp, Paulo Skaf (MDB), ambos derrotados por João Doria (PSDB) na disputa pelo governo estadual. Além dos dois, participam das negociações o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), o apresentador Luciano Huck, o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung e o ex-deputado Aldo Rebelo (Solidariedade).
Alckmin e Tasso jantaram na terça-feira na casa do senador, em Brasília, e chegaram à conclusão de que ficará insustentável a permanência no PSDB, caso João Doria tenha êxito na tentativa de assumir o comando do partido e aproximá-lo de Bolsonaro. Em artigo publicado no domingo, Fernando Henrique Cardoso batizou a movimentação em curso da direita de o “centro radical”. “A consolidação de um novo movimento requer desde já a pavimentação de alianças, não só no círculo político, mas principalmente na sociedade, para formar um polo aglutinador da construção de um futuro melhor”, afirmou o ex-presidente.
No jantar dos tucanos, a pior sinalização quanto ao futuro do PSDB aconteceu com a sinalização dos outros dois tucanos eleitos governadores (Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, e Reinaldo Azambuja, do Mato Grosso do Sul) de que se unirão a Doria na “bolsonarização” do partido.
Paulo Hartung, que anunciou nesta quinta (8) sua desfiliação do MDB, é o principal articulador do projeto.
Blog do Barbosa