sábado, 6 de agosto de 2016

COLUNA DO BARBOSA: "A pindaíba das campanhas políticas"

A falta de dinheiro para custear as campanhas políticas está grande. Depois do escândalo da Lava Jato envolvendo grandes empreiteiras que financiavam megas campanhas principalmente majoritárias, o que levou a que empreiteiros fossem presos, e com a decisão do Supremo de proibir doações de empresas para campanhas eleitorias, resta agora aos candidatos recorrer ao fundo partidário ou apelar para um empresário amigo que queira fazer doação como pessoa física, o que, convenhamos, é mais difícil.
Em Natal, por exemplo, pelo menos duas campanhas que poderiam fazer sombra a candidatura a reeleição do prefeito Carlos Eduardo Alves (PMDB), desistiram antes do round se iniciar, caso do deputado estadual Jacó Jácome (PSD) e do deputado federal Rafael Motta (PSB). Por mais motivos que aleguem para desistir de suas candidaturas, todos sabem que com pouca grana para investir em suas campanhas Jacó Jácome e Rafael Motta preferem apoiar outros candidatos.
A própria deputada estadual Márcia Maia (PSDB), filha da ex-governadora e atual vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria (PT do B), chegou a cogitar desistir de sua candidatura pelos mesmos motivos que seus colegas parlamentares. O que levou ela a não desistir foi a promessa tucana de que o PSDB vai liberar recursos do fundo partidário para bancar principalmente o seu marketing, a cargo do ex-secretário de Planejamento do governo de sua mãe, Vagner Araújo, que vinha atuando com o conhecido marqueteiro João Santana, citado na Lava Jato.
Caixa 2 nem pensar, ao menos nesta campanha que se aproxima. A Justiça Eleitoral e o Ministério Público estão de olho, embora haja sempre o jeitinho brasileiro. Contudo, não custa lembrar que as investigações da Lava Jato ainda caminham a passos largos e qualquer mala preta será suspeita.
Fato é que a decisão do STF vai beneficiar principalmente os prefeitos candidatos a reeleição, caso de Carlos Eduardo Alves, porque detém a máquina e isso facilita sobremaneira a cooptação de “apoiadores”, como a doação de recursos por parte de pessoas físicas.
E quando a campanha começar vamos ver até onde os candidatos sem dinheiro vão resistir. Será que os partidos vão bancar mesmo candidaturas sem robustez? Será que os marqueteiros vão topar arriscar no escuro, sabendo que na metade da campanha pode faltar dinheiro?
A conferir!

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