terça-feira, 22 de julho de 2025

Tornozeleira em Bolsonaro não gera comoção e cena pública é de isolamento político


A decisão do STF de impor uma tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Jair Bolsonaro, com restrição de circulação após as 19h, não provocou a reação esperada por seus apoiadores mais radicais. Na frente da sede da Polícia Federal em Brasília, onde ele prestou depoimento, o único som foi o de uma marcha fúnebre executada por um trompetista.

Ao ouvir os primeiros acordes da música, Bolsonaro interrompeu a entrevista em que negava envolvimento em um suposto complô contra as instituições, um dos motivos que levaram o ministro Alexandre de Moraes a determinar a medida. Não houve protestos massivos, como previsto por aliados, como o deputado Marco Feliciano (PL-SP). Nem mesmo lideranças expressivas da extrema direita compareceram ao local.

Mais tarde, o ex-presidente foi até a sede do PL, seu partido, mas não encontrou o presidente da legenda, Valdemar da Costa Neto. Passou algum tempo esperando, sem receber apoio público de figuras influentes. Em todo o país, não foram registradas manifestações significativas em defesa de Bolsonaro.

O único protesto relevante do dia ocorreu em São Paulo, na Rua 25 de Março, onde comerciantes se mobilizaram contra uma possível investigação do governo dos EUA sobre importações. Alguns manifestantes, vestidos como presidiários e usando máscaras de Donald Trump e Bolsonaro, pediram a prisão do ex-presidente, criticando sua aliança com políticas protecionistas americanas.

Longe do caos anunciado por seus aliados, o primeiro dia de Bolsonaro com a tornozeleira foi marcado por isolamento político, ausência de mobilização popular e o cumprimento silencioso da ordem judicial — incluindo o retorno para casa antes do horário estipulado.

Com informações do ICL.




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