Uma filha do senador Telmário Mota (PROS-RR) afirma que ele a assediou, tocou em suas partes íntimas e tentou arrancar a sua roupa no último domingo (14), Dia dos Pais.
A adolescente registrou um boletim de ocorrência contra o pai e a Polícia Civil investiga. O parlamentar nega e afirma ser vítima de perseguição política.
Em entrevista, a filha do senador, de 17 anos, contou que, desde então, sente medo e uma “dor que não se acaba”.
Ela contou que o pai a forçou entrar em seu carro e a tomar bebidas alcoólicas. Também disse que o senador tomou seu celular durante os assédios para que ela não pedisse ajuda para ninguém (leia outros trechos abaixo).
“Por ele ser meu pai, por eu ter saído várias vezes com ele eu nunca imaginei [que isso aconteceria]. Desde pequena a gente mantinha contato, ele era distante, mas eu era a filha mais próxima dele. Ele nunca tinha dado sinal de um comportamento assim comigo, nunca. Nem para mim, nem para as outras filhas dele. Abalou todo o meu mundo”, disse.
Além de negar o assédio, Telmário Mota disse que a filha passa “por um grave distúrbio psicológico” (confira a nota abaixo). O senador é casado com uma médica, com quem não tem filhos. A adolescente que fez a denúncia é filha de um de relacionamento dele com outra mulher.
Polícia investiga
O caso foi registrado na Polícia Civil como estupro de vulnerável ainda na noite de domingo. Após a queixa, a mãe da menina afirma que a juíza Graciete Sotto Mayor Ribeiro, da Vara de Crimes Contra Vulneráveis, concedeu uma medida protetiva em favor da filha.
Segundo a mãe, a medida proíbe Telmário Mota de se aproximar da adolescente e da família dela, devendo manter distância de 500 metros. A assessoria do Tribunal de Justiça de Roraima informou que não pode dar informações sobre o processo por estar em segredo de justiça.
MPT registra, até junho de 2022, 63% do total de denúncias de assédio sexual feitas em todo o ano passado
Telmário Mota foi eleito senador em 2014, quando derrotou outros quatro candidatos. Antes, havia sido vereador em Boa Vista. Nas eleições de 2018, foi candidato ao governo de Roraima pelo PTB, mas ficou fora do segundo turno.
A entrevista foi concedida com autorização da mãe da menina. Para ela, o que aconteceu foi revoltante.
“Tudo isso me dá muita revolta, mas eu também fico com medo do que pode acontecer. Eu confio muito na minha filha e estou aqui para ficar do lado dela. Ela não merecia passar por isso”, diz a mãe.
A advogado da família informou ter conhecimento da entrevista, mas mas não falou com o g1 já que o caso corre em segredo de Justiça.
Daltro Emerenciano