quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

O tiro no pé de Fabio Faria para agradar Bolsonaro


Olhando aqueles poucos segundos de um filmete postado neste domingo pelo sempre prestimoso ministro das Comunicações, Fábio Faria, a visão de um Jair Bolsonaro, todo sujo de farofa, atracado a um pedaço de frango em uma feira de Brasília, faria revirar no tumulo o decano dos marqueteiros.

Que ideia infeliz, Fábio, só pra agradar o chefe!

Com cara de poucos amigos, o que é consistente com o colete a prova de balas que usa por debaixo da jaqueta, Bolsonaro nem está vestido à caráter para a atividade como nem se comportando de acordo.

Em circunstâncias idênticas em outro mortal estaríamos vendo um homem de semblante sereno, apesar das dívidas e da falta de dinheiro para pagar as contas do mês.

É claro que nem todos numa feira padecem dos mesmos problemas. Mas vamos supor que Bolsonaro fosse um típico cliente com desejo de comer um franguinho com farofa e fosse flagrado por um celular amigo.

Veríamos um resultado tão catastrófico? De certo que não.

O que se viu, porém, foi um menino carrancudo, com cara de mau humor eterno, atracado a não se sabe que pedaço de osso, forrado por uma porção incomum de farofa no colo até para uma criança de três anos.

A julgar pela maioria das respostas recebidas pelo obcecado Fábio Faria em sua página (obcecado em agradar, frise-se) a tentativa de mostrar um presidente gente como a gente foi por água abaixo rapidinho e, de quebra, municiou cartunistas e humoristas país afora.

Mas o que realmente impressiona no filminho é a expressão de Bolsonaro naqueles poucos segundos de bajulação ministerial. Nem procurando de lupa se acha coisa tão esquisita.

Ele já foi flagrado bem melhor em churrascarias , numa rua Nova Iorque degustando uma pizza, em motociatas dispendiosas pagas com dinheiro público e na beira da piscina comendo um filé de R$ 1,7 mil o quilo.

Desta vez, isolado num canto, com expressão séria e amedrontada enquanto briga com a carne, mal disfarçando um colete a prova de balas e péssimos modos à mesa, é uma prova de que sua famosa insensibilidade do chefe já contaminou o entorno dos puxa-sacos.

Com ministros assim tão obsequiosos, realmente não se precisa de inimigos.

Marcelo Hollanda



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