segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

ESTÁ NO DNA: "A velha face do MDB volta ao centro do jogo"


Resgatado do esquecimento político pela governadora Fátima Bezerra, o MDB do Rio Grande do Norte já se movimenta para, mais uma vez, abandonar um aliado no momento decisivo. O roteiro não é novo: em 2016, o partido não hesitou em virar as costas para o PT ao apoiar o impeachment da então presidenta Dilma Rousseff.

Walter Alves, herdeiro político do ex-senador Garibaldi Alves Filho, enxergou no convite feito por Fátima em 2022 a chance de voltar ao centro do tabuleiro político após uma sequência de derrotas eleitorais que relegaram o MDB a um papel secundário no Estado. A vice-governadoria devolveu visibilidade, estrutura e poder de articulação — ingredientes fundamentais para o projeto de retomada do protagonismo em 2026.

Aproveitando-se do espaço dentro do governo, Walter articulou-se silenciosamente, tanto nos bastidores locais quanto fora do RN. Agora, o MDB caminha para romper com a gestão petista, se isso for necessário para viabilizar seus próprios interesses eleitorais.

O comportamento não surpreende. O modus operandi do grupo comandado por “Waltinho” é conhecido: usufruir das alianças nos momentos favoráveis e sair de cena quando surgem as dificuldades. A lealdade, nesse contexto, é sempre circunstancial.

Caso essa movimentação se confirme, a governadora Fátima Bezerra poderá experimentar o gosto amargo de ver um aliado transformar-se em adversário. Na política, como se sabe, gratidão costuma ser um artigo raro — especialmente quando confrontada com projetos pessoais de poder.

Com malas prontas para embarcar no projeto político do prefeito de Mossoró, Walter Alves pretende indicar o vice na chapa e assistir, confortavelmente da camarote, ao desgaste de quem o retirou do ostracismo político.

No MDB, a traição não é exceção — é método. Para o partido, trair politicamente parece tão natural quanto respirar.

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