sexta-feira, 19 de junho de 2015

"Se o PT acabar, questão social sairá da agenda política". DIZ PESQUISADORA

O Brasil foi bem sucedido em reduzir suas desigualdades nos últimos anos, mas há um risco de retrocesso diante da crise engolfando o PT. A avaliação é de Marta Arretche, diretora do Centro de Estudos das Metrópoles (CEM) da Universidade de São Paulo e organizadora do livro recém-lançado Trajetórias da Desigualdade: Quanto o Brasil Mudou nos Últimos 50 Anos (Editora Unesp).
Segundo Arretche, as desigualdades no Brasil foram reduzidas por um "conjunto de políticas e foças de mercado" nem sempre relacionadas com decisões políticas. A transformação do PT em um partido competitivo, a partir de 1989, no entanto, alçaram a desigualdade a uma questão política na medida em que o Partido dos Trabalhadores conseguiu politizar a desigualdade. "Se a ameaça eleitoral de o PT desaparecer no futuro, sem que outro partido com viabilidade eleitoral mobilize essa questão, não há garantia que a questão social continue a ter importância na competição política. No campo político, a competição política combinada a elevadas taxas de participação eleitoral, em um contexto em que a questão social veio para o centro da agenda política, criou fortes incentivos para que as demandas por expansão dos serviços sociais fosse atendida. Penso que o fato de o PT ter se tornado um partido competitivo à presidência da República desde 1989 foi um elemento importante desta trajetória. A partir do momento em que o Partido dos Trabalhadores se tornou competitivo, houve o desenvolvimento da politização da desigualdade e um aumento da competitividade política". diz. 

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