quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Sociedade potiguar repudia baixaria na TV: “Nunca houve campanha tão suja”

Alex Viana
Repórter de Política
Mentiras, desrespeito, sujeira. Vale tudo para tentar convencer o eleitor a deixar de votar no adversário? Para setores sociais ligados à Igreja, ao meio empresarial e mesmo ao marketing político, a resposta é um sonoro não. “Nunca vi uma campanha tão suja”, afirma a empresária Daniele Fonseca. “Acho que o desespero tem levado os candidatos a plantar mentiras como verdades. E esquecem que os adversários têm família e vida social”, diz. Para o pároco da cidade de Parnamirim, Padre Murilo, o nível da campanha eleitoral para governador do Rio Grande do Norte “poderia ser muito melhor, discutir mais as alternativas para o RN, de pé no chão”, afirmou. Profissionais do marketing e da propaganda, como José Ivan e Jenner Tinoco, concordam. “A baixaria está sendo total e isso é falta de respeito com o eleitor cidadão”, diz Ivan. “Essa campanha é a mais radical, desrespeitosa, mentirosa e indigna que eu já vi na história política do Rio Grande do Norte. Admira o Tribunal Regional Eleitoral não ter tomado nenhuma decisão, para resguardar a sociedade desse mar de lama”, complementa Tinoco.
Na visão de analistas, embalado pelos números desfavoráveis do Ibope e por um marketing importado da Bahia, o candidato do PMDB a governador, Henrique Alves, tenta desqualificar o adversário, o candidato do PSD, Robinson Faria, usando, para tanto, o chamado marketing da desconstrução. Nesse sentido, Henrique se faz valer de acusações contra Robinson com forte tom sensacionalista, afirmando, por exemplo, que Robinson fará governo igual ao de Rosalba, “ou coisa pior”. Até mesmo questões da vida privada do candidato, como uma suposta permuta de terreno por apartamentos, têm sido usadas pela campanha de Henrique, enquanto que Robinson, por sua vez, rebate citando os diversos escândalos nos quais Henrique se envolveu ao longo da vida pública e também questiona a quantidade de projetos apresentados pelo peemedebista ao longo de 44 anos de mandato: apenas cinco.
“Nunca vi uma campanha tão suja. Tenho comentado com amigos que a verdade tem que ser esclarecida e divulgada. Mas, cabe à imprensa, e não aos candidatos. Acho que o desespero tem levado os candidatos a plantarem mentiras como verdades. E esquecem que os candidatos adversários têm família, têm nome, foram empresários, têm empregados, e, simplesmente, começam a sujar o nome”, diz a empresária Daniele Fonseca. Para ela, entretanto, tudo se vira contra o ofensor, que perde com isso, porque, quem está assistindo, começa a não admirar quem ofende, fazendo com que o agressor perca a credibilidade. “Imagine como vai ser o governo de uma pessoa dessas? Jogando tantas mentiras? Até o marketing político fica desacreditado. Na hora que joga para a população ‘olhem, vocês são burros, vão engolir qualquer mentira’. Nunca vi uma campanha tão baixa, tanto a nível estadual como federal”, completa.

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