quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Lula pede união do PT para reconstruir partido pós-impeachment

Diante de divisões internas e do desgaste entre parlamentares e dirigentes do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta quarta-feira (10) “união” aos petistas para traçar uma estratégia de mobilização e reconstruir o partido após o impeachment de Dilma Rousseff.
Segundo a reportagem apurou, em reunião com as bancadas do PT na Câmara e no Senado em Brasília, Lula adotou suas usuais metáforas de futebol para dizer que a legenda não pode ser um time em que cada jogador acha que vai resolver a partida sozinho.
Para o ex-presidente é importante a união do partido e das bancadas para que o PT consiga “sair dessa” o quanto antes.
Participantes da reunião relataram que Lula destacou a necessidade de pensar uma “estratégia comum de mobilização” mas nada ficou definido na reunião desta quarta.

O ex-presidente também pediu que os parlamentares façam a defesa mais assertiva do partido e que haja “sintonia” entre a direção do PT e as bancadas no Congresso.
Nos últimos dias, senadores petistas se irritaram com a postura do presidente da sigla, Rui Falcão, que divulgou posição contrária ao plebiscito para novas eleições que seria uma das principais bandeiras da carta que Dilma prepara para divulgar aos senadores e à população do país.
Os parlamentares defendiam a ideia junto a senadores que se diziam indecisos e avaliaram que Falcão colocou uma “pá de cal” na “única ideia” em que a presidente afastada ainda poderia se apoiar para tentar voltar ao Planalto.
Com a voz bastante rouca, Lula falou por cerca de 40 minutos diante de quase 50 parlamentares após discursos de Falcão e dos líderes do PT na Câmara, Afonso Florence (BA), e no Senado, Humberto Costa (PE).
O presidente do PT não falou de impeachment e preferiu focar sua exposição nas eleições municipais deste ano, dando informes sobre as disputas regionais. Florence falou sobre a agenda do partido na Câmara, enquanto Costa fez uma avaliação do quadro de Dilma no Senado.
Nesta terça (9), a petista virou ré no processo de seu afastamento por 59 votos a 21. O senador afirmou que o cenário foi o “esperado” e que é preciso trabalhar para tentar convencer outros sete senadores a votar a favor de Dilma no julgamento final, marcado para o fim do mês.
Ela precisa de pelo menos 28 votos para não ser afastada definitivamente, mas mesmo os petistas avaliam que tentar reverter o placar será uma “luta inglória”.




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