quarta-feira, 14 de agosto de 2019

“Eu acredito que o Bolsonaro tenha pedido isso", disse Alexandre Frota após ser expulso do partido

O PSL de Jair Bolsonaro provou que a sigla estabelece limites na expressão de seus parlamentares, inclusive no que diz respeito às críticas à gestão do presidente por parte dos próprios apoiadores de extrema-direita. O Conselho de Ética da executiva nacional decidiu, por unanimidade, nesta terça-feira (13), expulsar o deputado Alexandre Frota (SP). A expulsão foi anunciada pelo presidente da sigla, Luciano Bivar, e recebida com alegria por desafetos do parlamentar.
O pedido de expulsão de Frota, aprovado por nove votos, partiu da deputada Carla Zambelli (PSL-SP), que declarou recentemente que a situação do parlamentar no partido era “insustentável”.
O posicionamento pela expulsão revela que a direção nacional do partido não ficou nada feliz com as declarações do deputado e que não tolera crítica nenhuma às pautas do partido, muito menos ao presidente de extrema-direita, Jair Bolsonaro. Segundo Luciano Bivar, Frota entrou em “desalinhamento” com o partido pelas “ofensas” que fez recentemente a integrantes do PSL e que, por isso, a desfiliação do parlamentar se justificava.
Um dos principais articuladores do PSL na votação da reforma da Previdência na Câmara, Alexandre Frota decidiu se abster na análise da proposta em segundo turno, contrariando a orientação do partido, depois de ter sido retirado da vice-liderança do partido na Câmara e do comando de três diretórios municipais a pedido do presidente Jair Bolsonaro, seu mais novo desafeto.
“Eu acredito que o Bolsonaro tenha pedido isso porque [eu] disse que estava decepcionado com ele, que não achava que a indicação do Eduardo como embaixador era a mais correta. Fui surpreendido com essas mudanças”, disse Frota na última quarta-feira.

A expulsão não acarretará na perda do mandato de Frota, que poderá permanecer como deputado em outra sigla – provavelmente o PSDB, como especulam outros integrantes do partido.
A aposta é de que Frota migrará para o PSDB, como já havia sugerido Carla Zambelli (PSL-SP) “Tem muita gente no PSL que é na verdade PSDB. Que mudem logo de partido”, disse. O DEM também já mostrou interesse no deputado.
Outro desafeto público de Frota, o senador Major Olímpio (PSL-SP), um dos principais nomes da sigla, afirmou ao deixar a reunião que estava “satisfeito com o partido” após a decisão.

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