segunda-feira, 9 de março de 2020

Bovespa desaba 10% e dólar chega a R$ 4,79

O principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, abriu em forte queda nesta segunda-feira (9), em dia de grande turbulência nos mercados globais após o tombo preços do petróleo adicionar mais um componente de aversão a risco e de temor de uma recessão global.

Às 10h32, o Ibovespa caía 10,02%, a 88.178 pontos, interrompendo os negócios.

Pela regra da B3, quando a queda passa de 10% é acionado automaticamente o circuit breaker, mecanismo que interrompe as negociações de papeis por 30 minutos. A última vez que o mecanismo tinha sido acionado na bolsa brasileira foi no dia 18 de maio de 2017, em meio às denúncias do dono da JBS contra o presidente Michel Temer.

Já o dólar opera em alta, chegando a bater pela 1ª vez R$ 4,79.

Na sexta-fera, o Ibovespa fechou em queda de 4,14%, a 97.966 pontos – menor patamar de fechamento desde 27 de agosto, acumulando queda de 15,28% no ano.

Os preços do petróleo, que já estavam em trajetória de queda em meio ao avanço da epidemia do novo coronavírus, desabaram nesta segunda-feira (9) mais 30%, para perto de US$ 30, na maior queda diária desde a Guerra do Golfo (1990 e 1991), atingindo mínimas que não eram registradas desde fevereiro de 2016.

Na Europa, as principais bolsas operam em queda em torno de 7%, acumulando perda em torno de 20% no mês de março.

Fracasso de acordo entre Opep e Rússia e guerra de preços

O tombo das bolsas e dos preços do petróleo veio após a decisão da Arábia Saudita de cortar o valor de venda do barril e indicar o início de uma guerra de preços entre os grandes produtores, na esteira do fracasso das negociações entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia sobre o tamanho da produção da commodity.

A Rússia se opôs à proposta de cortes mais profundos na produção sugeridos pelos países da Opep e disse nesta segunda-feira que o país poderia suportar preços do petróleo de entre US$ 25 e US$ 30 o barril por um período de entre seis e dez anos.

Com o derretimento generalizado das bolsas, os mercados passaram a temer uma crise da economia real, à medida que a epidemia de coronavírus afeta as cadeias de produção de todo o planeta, obriga o cancelamento de voos e de eventos profissionais e provoca a queda do turismo.

João Marcolino


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