terça-feira, 27 de novembro de 2012

Política: De olho em 2014, é por isso que o país não anda!



O processo eleitoral de 2012, mesmo marcado pela disputa localizada no âmbito dos municípios, serve para sinalizar o desempenho das várias forças e lideranças políticas que se preparam para entrar em campo na corrida presidencial de 2014. As últimas eleições confirmaram, de pronto, o fortalecimento do PT, que ultrapassou o PMDB em número de eleitores e se tornou o partido mais votado em todo o Brasil.

Além disso, o partido da presidente Dilma Rousseff conquistou importantes vitórias no ABC paulista e com a eleição de Fernando Haddad, em São Paulo. O PMDB, por sua vez, se manteve com uma votação expressiva, em especial nas pequenas e médias cidades do país e de quebra ainda reelegeu Eduardo Paes como prefeito do Rio de Janeiro já no primeiro turno.

O PSDB, por sua vez, perdeu força e não elegeu nenhum prefeito nas capitais das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e perdeu a eleição na maior cidade do país, São Paulo. O prêmio de consolação foi o desempenho do partido em Minas Gerais e a eleição de Arthur Virgílio para a prefeitura de Manaus (AM).

O partido que mais cresceu em termos percentuais foi o PSB (34%), liderado pelo governador de Pernambuco Eduardo Campos. Ambos se consolidam como força de expressão nacional, com o comando do maior número de capitais – importantes prefeituras como Recife, Fortaleza e Belo Horizonte –, além da vitória em Campinas, a maior cidade do interior paulista.

Esses resultados sinalizam que o cenário da disputa presidencial de 2014 conta, obrigatoriamente, com a força do PT e das lideranças de Lula e de Dilma Rousseff, já que os dois entraram na campanha e contribuíram para boa parte das conquistas do próprio PT e dos partidos aliados. Resta saber qual dos dois será o candidato.

No campo da oposição de direita, com o definhamento do DEM em todo o país, com exceção de Salvador, na Bahia, e a derrota de José Serra, em São Paulo, e de Geraldo Alckmin, em importantes cidades do interior paulista, o PSDB conseguiu salvar basicamente a liderança mineira de Aécio Neves, que aproveitou o embalo para atuar em dobradinha com Eduardo Campos (PSB) na conquista de alguns municípios.

O PMDB, que funciona mais como uma federação de lideranças regionais do que um partido nacional, sai da disputa eleitoral com forte base nos pequenos e médios municípios, e com força no Rio de Janeiro. Mas sem nomes para oferecer numa disputa presidencial. Assim, resta ao PMDB, mais uma vez, se contentar com a vice, seja da chapa com o PT ou em outra chapa.

A emergente liderança de Eduardo Campos tem várias alternativas para 2014: lançar a própria candidatura a presidente, deixando de fazer parte do governo Dilma; tentar se colocar na vice da chapa com o PT, em substituição ao PMDB, ou, ainda, se aliar com o PSDB de Aécio Neves. Neste caso, um deles precisaria abrir mão da cabeça da chapa. Outra incógnita no jogo eleitoral de 2014 é o papel a ser desempenhado pelo PSD, do prefeito de São Paulo Gilberto Kassab.

Por Caio Zinet – revista Caros Amigos

Nenhum comentário: